quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Carlos Cunha Corrêa - Cap. XII - A Construção da Matriz



Matriz de São Sebastião (demolida em 1937). 
S/D. Autor desconhecido.
Nota: esta foto não se encontra no livro "Serra da Saudade".


Localizados, assim, fazendas e fazendeiros, crescida a população que já precisava de dois cemitérios, arruinada a tosca e provisória capelinha colmada do Rancho da Boa Vista, nasceu entre o povo a idéia da construção de uma igreja definitiva e de um povoado, onde as famílias dos fazendeiros, seus agregados e poucos escravos fossem buscar os socorros da religião, os recursos médicos e comerciais e ponto de diversões. População pobre, todo o peso da construção havia de recair sobre os fazendeiros.

Foi coordenador e animador desse patriótico movimento MANUEL CORRÊA DE SOUSA, que soube sair vitorioso da divergência com alguns vizinhos a respeito do local a ser eleito para a construção da matriz[26]. Seu ponto de vista era fosse mantida a escolha dos antigos e levantada a Matriz no mesmo sítio da arruinada capelinha do rancho da Boa Vista, na extremidade norte da sua fazenda do Ribeirão dos Patos.

Em homenagem ao primeiro historiador de Dores do Indaiá, que foi o saudoso João Sabino Ribeiro, falecido há mais de 30 anos, e que conheceu e privou com filhos dos primeiros povoadores, transcrevo aqui o seu trabalho publicado no semanário “INDAIÁ”, de 1906, relatando a contenda em que Manuel Corrêa de Sousa enfrentou a auréola de prestígio do Alferes Manuel Gomes, recém-chegado triunfante de Portugal, e a incontestada influência do Cap. Amaro da Costa Guimarães, que já mandara estudar ao Seminário seu filho Elias da Costa Guimarães para futuro vigário da futura paróquia. Ao que parece, o Cap. pretendia reeditar aqui a tradição dos ricos senhores de engenhos no Nordeste, que tinham as capelas para bem de seus vastos latifúndios e não do povo propriamente.

E assim começa João Sabino: “Quando se escoava na roda do tempo, ao sumir-se nas dobras do passado o século XVIII, habitavam estas pitorescas e ubérrimas plagas sertanejas do vale do majestoso Rio S. Francisco, aquém da lendária Serra da Saudade, entre outros, os seguintes fazendeiros – Cap. Amaro da Costa Guimarães, na fazenda de Santa Fé; Manuel Gomes Batista, na fazenda dos Gerais; Cap. Elias Pinto Coelho, na fazenda do Sobrado; e Manuel Corrêa de Sousa, na fazenda dos Patos. Cogitavam estes fazendeiros de fundar uma povoação onde pudessem ter mais prontos os recursos da religião cristã e da medicina, elevando suas vistas ao porvir e trazendo para este centro o melhoramento e o comércio; entretanto, Manuel Gomes Batista pretendia que fosse na fazenda dos Gerais, ou nas suas imediações nas cabeceiras do córrego do Capim Branco e córrego do Cemitério, nome este proveniente de um cemitério hoje abandonado que, naqueles tempos, aí existiu. O Cap. Elias Pinto Coelho também queria que fosse na sua fazenda do Sobrado, ou nas cabeceiras do Córrego de N. Senhora, onde existiu também um cemitério velho, abandonado, tendo apenas hoje, neste e naquele, umas cruzes velhas que denotam seus lugares.

O Cap. Amaro da Costa Guimarães, por sua vez, também puxava para seu lado querendo coloca-la no alto da CORIOCA, onde até hoje existem fragmentos de telhas e sinais de buracos que fizeram para edificação da capela.

Manuel Corrêa de Sousa (o Correinha, como o chamavam ao bisavô do acadêmico Carlos Corrêa), esforçando-se de comum acordo com outros, como sejam – Te. Cel. Mariano Ferreira do Amaral, Cap. Antônio Alves de Sousa, Antônio de Sousa Fernandes, irmãos, este pai e aquele tio do finado ajudante Francisco de Sousa Fernandes, José de Sousa Rosa, Albino Pinto Coelho, Manuel Lino Fiúza, Manuel Alves Cirino (da Cachoeira) e outros, combinaram e acordaram em edificar neste lugar uma capela dedicada a Nossa Senhora das Dores, sendo a mesma que existe hoje como Matriz. Para esse fim o dito Correinha separou um canto da sua fazenda, dividindo-o com valos[27], um do lado do Nascente, cabeceira do córrego das Condutas, e, da cabeceira desta vertente, tirou outro valo em direção ao Poente, fechando-o na cabeceira de uma vertente do córrego do Pacheco, limitando-o ao Norte e Poente com outras fazendas...”

Abro aqui um parêntese. No desfecho dessas quatro pretensões divergentes, sobre a escolha do local da matriz a se edificar, está se percebendo que o mandonismo de aldeia jamais haveria de medrar, como nunca medrou em Dores. O Cap. Amaro, que poderia aspirar à prepotência, não só por ser um dos primeiros a se fixar ali e o mais remediado deles, como porque já havia mandado um filho estudar ao Seminário, cedeu sem despeito e auxiliou a construção do templo do templo. De igual modo o Alferes Gomes Batista que, como disse, acabara de regressar triunfante do Reino, com a auréola da aventura do Diamante do Abaeté e o cargo de Tesoureiro da Intendência de Sabará... Mas estas forças não se digladiam, antes se compensam, se equilibram, e fica firmado o principio de ausência de mandonismo local, que havia de perdurar até hoje. Efetivamente nunca o houve ali. Homens como os já citados e mais tarde outros, como José de Sousa Coelho e Antônio Caetano da Silva Guimarães, gozaram de incontestado prestígio, mas, porque o povo sabia que o dinheiro destes em nada modificara seu bom temperamento: não se valiam do prestígio e do dinheiro senão para o bem – compor os desavindos, evitar litígios.

Ainda recentemente, no primeiro pleito para Presidente da República depois do curto período getuliano, o povo retomou essa tradição, dando preferência ao Brigadeiro Eduardo Gomes, e logo depois a Milton Campos, em que pesasse ao poderio emprestado do estadista improvisado de Pará de Minas. Fechado esse parêntese, retomo a narrativa.

Vitorioso seu ponto de vista na escolha do local, levar a obra a bom termo ficava sendo um dever com que o Corrêa não podia deixar de cumprir. E assim, sobre doar para patrimônio mais de seis alqueires do seu imóvel – Patos – Manuel Corrêa ainda o cercou com mais de mil metros de valos e continuou fornecendo material e numerário para as obras da Matriz, de que não se esqueceu em seu testamento com um legado de 40$000, que naqueles dias representava bem vinte bois. Ao passo que o Capitão Amaro pouco sobreviveu ao início da construção, falecendo em 1816, e o Alferes Gomes Batista pouco podia fazer com sua presença, ocupado que andava com a extração de diamantes no Rio Indaiá, sob a chefia de Diogo de Vasconcelos, o patriarca Manuel Corrêa acompanhou as obras e o desenvolvimento do povoado até 1834, vendo coroados de êxito o seu esforço, dedicação e energia. Nenhum dos fundadores o excedeu em perseverança nessa obra. Por estes e outros fatos não se averbará de piedosa hipótese filial minha, de tola vaidade, o reivindicar para ele o título de patriarca dorense e figura preeminente na fundação da cidade, que continua a ser povoada por numerosíssima descendência sua.

Delimitado dest`arte o patrimônio, o templo se construiu e o arraial nasceu. Desde 1799, ainda bem antes de terminadas as obras, já eram celebrados atos religiosos na futura Matriz. É o que em boa lógica se tira dos termos de um requerimento de Luiz Gonçalves de Paiva, abonados pela certidão que lhe forneceu o padre Belchior Pinheiro de Oliveira, [28] Vig.º de Pitangui, encontrados nos autos de inventário de Leandro Soares Cardoso. Justificando o motivo por que requeria ao Vigário de Pitangui e não ao de Dores do Indaiá (que já o tinha na época do requerimento), alegou o suplicante: “Diz Luiz Glz. de Paiva, filho legítimo de José Francisco de Paiva e Luiza Marques de Araújo, nascido e batizado na Capela da Snra. Das Dores, deste Termo, ANTES DE SER A MESMA CAPELA FREGUEZIA COLADA, quer o suplicante se emancipar no inventário de seu finado sogro Leandro Soares Cardoso e precisa que o Revdo. Pároco desta Freguezia aonde se acha o assento de Batismo do supe., dele passe por certidão o dia, mês e ano que foi batizado o Supe. Em modo que faça fé E.R. Mê.”

O Vigário Belchior, na certidão que firma, transcreve o teor do assentamento: “Aos 15 de agosto de 1799, NA ERMIDA DA SENHORA DAS DORES, desta freguesia de Pitangui, o Reverendo Francisco Luiz de Sousa batizou e pos os santos óleos a Luiz, inocente, filho legítimo de José Francisco de Paiva e Luzia Marques de Araújo...”

Ora, a Ermida da Senhora das Dores, onde fora batizado em 1799 aquele inocente, ainda não colada, vale dizer, sem o direito de ter vigário nomeado, não podia ser a antiga e tosca capelinha colmada, assim porque esta, de duração precária, já era então caída, bem como porque, dada sua construção provisória e rusticidade, nunca poderia ter o nome de Ermida da Senhora das Dores e vir a gozar da prerrogativa da colação. A Ermida da Senhora das Dores, portanto, em que foi batizado Luiz, em 1799, outra não podia ser que a mesma igreja em construção. Tão certo é, que o mesmíssimo padre Francisco Luiz de Sousa, que fez o batizado de 1799, veio a ser o 2º. Vigário da freguesia de Dores, como torna claro o seguinte registro: “Aos 28 de abril de 1810 batizou e pos os santos-óleos, de LICENÇA MINHA, o Revdo. Francisco de Assis Ferreira a Martinho, párvolo, filho legítimo de Luiz Marcelino da Costa e Nataria Felícia da Silva. P.P. Mariano Ferreira do Amaral e Umbelina Rosa de Jesus, filha de Elias Pinto Coelho. E para constar, mandei fazer este assento, que assino. O Vigo. Francisco Luiz de Sousa”. Este registro, diz a certidão no seu início, se acha a fs. 54 do Liv. 1º. De assentamentos de batizados da Matriz de Dores do Indaiá, livro desaparecido atualmente, existindo a certidão acima transcrita no inventário de Mariano Ferreira do Amaral. Portanto, não só em 1810 a igreja já era MATRIZ COLADA, bem como esse padre que já andava oficiando na mesma antes de ser concluída, havia de ser o seu futuro vigário.

No alvorecer do século XIX já o povo vaidosamente batizava a nascente povoação do ARRAIAL DA BOA VISTA – designação que evolui para – Matriz da Boa Vista de Nossa Senhora das Dores. [29]

Mas para logo são suprimidas as palavras recordativas do Rancho, passando a ser simplesmente Matriz de Nossa Senhora das Dores, como se evidencia da certidão seguinte: “Certifico que no Livro 1º. Dos assentos de batizados desta MATRIZ DE NOSSA SENHORA DAS DORES a fs. 83 se acha o seguinte assento: - Aos 20 de outubro de 1813 batizou e pos os santos óleos, de licença minha, o Reverendo Francisco de Paula Silva a Maria, párvula, filha legítima de Elias Pinto Coelho e Maria de S. José. Foram padrinhos Mariano Ferreira do Amaral e D. Ana Maria José Fiúza, de que para constar mandei fazer este assento que assino. O Vig.º José de Brito Freire, e nada mais constava do assento, que copiei do próprio livro a que me reporto e juro aos Santos Evangelhos. Dores do Indaiá, 10 de dezembro de 1853. O Vig.º João Batista de Aguiar”.

Mapa da província de Minas Gerais - Barão d'Eschwege - 1826.
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.
Nota: Este mapa não se encontra no livro "Serra da Saudade".
                             


E é para se notar que no Mapa da Província de Minas Gerais, levantado pelo Coronel Barão de Eschwege, em 1821, Dores figura com o sinal característico de “PAROCHIA”. É também circunstância digna de observação que, em 1830, de todos os arraiais pertencentes à jurisdição civil de Pitangui, somente a Igreja de Dores do Indaiá estava elevada à categoria de MATRIZ, como se lê na seguinte relação:

“RELAÇÃO das cidades, vilas e povoações da Província de Minas Gerais, com declaração do número de fogos de cada uma, em 1830.

Termo da Villa de Pitangui:

Villa e MATRIZ de Pitangui;

Arraial de S. Gonçalo do Brumado

Arraial do Patatufo,

Arraial de S. Ana do R.º de S. João,

Arraial de S. Gonçalo do Pará,

Arraial de Itapecerica,

Arraial da Saúde,

Arraial de Bom Despacho,

Arraial de São Joanico,

Arraial do Impantunado,

Arraial e MATRIZ das Dores (453 fogos)

Arraial do Espírito Santo do Indaiá – 227 fogos – (Ver. Do Arq. Publ. Min., vol.

II).

Diz a Lei 239 de 30 de novembro de 1842:

Art. 7, § 4.º - O curato de Nossa Senhora do Loreto de Morada Nova, da freguesia dos Alegres, fica incorporado à Paróquia de Nossa Senhora das Dores do Indaiá, município da Vila de Pitangui”.

A cidade dá-nos a impressão de um quadro em plano horizontal, que se perderia nos sem-fins das chapadas, se não fora emoldurado pela Serra da Saudade. Sua flora, concentrada nas vertentes fluviais, ostentava naqueles tempos opulência de excelentes madeiras, e das cercanias do córrego de N. Senhora, a 3 quilômetros do centro, foram extraídas grossas e retilíneas aroeiras para esteios, vigas e mais peças assim do templo, como das casas de vivenda. Hoje, não só machado iconoclasta bem como o fanatismo zebueiro tudo exterminou, desnudando toda a região com transforma-la em pastagens artificiais.

No setor judiciário já fiz especial menção do nome de Francisco José de Faria, que residia no arraial desde os primeiros anos do século de 1800. O que é certo é que no ano da graça de 1808 funcionou em uma penhora, como se vê de um auto em meu poder, de que transcrevo os seguintes trechos: “ANNO do nascimento de N.S. J. Christo de MIL OITOCENTOS E OITO, aos vinte e oito do mez de março do dicto anno, neste aseburbio do arraial de Nossa Senhora das Dores, termo da Villa de Pitangui onde eu escrivão fui vindo com o Juiz da Vintena Francisco José de Faria e sendo ahi fez o dicto Juiz Penhora Filhada (?) e Real Aprehensão em capoeiras que levarão quatro alqueires de Planta de Milho mais ou menos e três Ranchos cobertos de capim cujos bens pertencentes ao Réu exicutado José Pacheco de Oliveira a requerimento do Thenente Antonio Theodoro de Mendonça para pagamento da coantia de sete oitavas de oiro que lhe he devedor por hum credito que lhe passou prossedido de Dizimos de que foi secionario o triênio que decorre de mil oitocentos e cinco e sete ... &” [30]

Donde se conclui, até prova em contrário, que Francisco José de Faria foi a primeira autoridade judiciária residente em Dores do Indaiá. Estavam lançadas as bases para uma futura cidade.

[26] Descendente do patriarca dorense (seu bisneto), não encareço, todavia, a sua vitória sob o ponto de vista hidrográfico, porque o local eleito não era dos melhores do município para a fundação de uma cidade: é pobre de água canalizável. Por isso Dores está condenada a não ser jamais uma grande cidade. Mesmo dentro da sua fazenda Patos havia localidades melhores, de fácil canalização de água, como sejam Condutas, Pindaíbas, etc. Parece que a aquiescência dos fazendeiros disputantes considerou que o Rancho da Boa Vista era eqüidistante das respectivas fazendas.

[27] - Era de feitura dispendiosa o valo, fosso de mais de dois metros de largura e outros tantos de profundidade.

[28] - Este Vigário Belchior, que dorme obscuramente sob fria campa em Pitangui cooperou para nossa emancipação política quando, ao lado de Pedro I, nas margens do Ipiranga, soprou aos ouvidos de Sua Alteza o brado retumbante de Independência ou Morte.

[29] - Vão aqui trechos de alguns documentos particulares, em meu poder: “Digo eu Manuel Joam. Justiniano e minha mulher Ana Maria de Sousa, que entre os mais bens pessoimos he bem assim huma xacara que leva sinco algos de planta de no. && passamos este que por nós não saber ler nem escrever pedimos e Roguemos a Francisco José de Faria, que este por nos fizece e como testa se assignace e nós nos assignamos com huma cruz e signal do nosso uso. Hoje, ARRAYAL DA BOA VISTA, 15 de gosto de 1803”. (Seguem-se as assinaturas).

Quatro anos decorridos, começa a aparecer nos documentos a palavra MATRIZ, como se vê de um passado por João Pacheco, sua mãe e irmão, datando-o assim: “hoje, MATRIZ da Boa Vista de Nossa Senhora das Dores, 1º. De dezembro de 1807”. (Tenho diversos documentos com essa maneira de datar).

FRANCISCO JOSÉ DE FARIA, que redigiu e assinou vários documentos de compra e venda, a partir de 1803, foi a primeira autoridade judiciária de Dores, como Juiz da Vintena, cargo então exercido nos povoados onde houvesse até 150 pessoas. Este Juiz devia ser homem bom, escolhido em cada ano pelos Juizes, vereadores e procuradores da cada Vila.

[30] - “O vintenário, diz Geraldo dutra de Morais, era um juiz de distritos e de pequena alçada; em qualquer aldeia em que houver 20 vizinhos edai para cima até 150, por uma légua afastada ou mais da cidade ou vila, os Juizes, como os vereadores e o procurador, escolheam em cada ano um homem bom queai seja juiz, que com juramento bem e verdadeiramente conheça verbalmente as contendas até mais de cem mil reis”.

“Assim rezava o texto das instruções sobre a nomeação do vintenário”, (Hist. de Conc. De Mato Dentro)”.


11 comentários:

  1. Meu avo Pedro Corrêa de Souza, filho de João Correa de Sousa e Maria Lucinda Alves Ruas saiu de Dores do Indaia para formar Primeira Camara Republicana de Abaeté eleita em 31 de Janeiro de 892.Desempenhou varios cargos publicos em Abaeté. Meu irmao escreveu o livro "Raizes de Abaete", conseguindo poucas informaçoes sobre a Familia Correa.Gostamos muito deste blog.
    meu email é: evandocorrea@hotmail.com

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    1. Muito obrigado, Simby. Continuo minhas pesquisas e postando regularmente. Também faço acréscimos e modificações no texto na medida em que encontro mais informações. Sua ajuda será valiosa.
      Abraços.
      Antônio Carlos Corrêa

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  2. Certa vez,um professor comentou comigo que os primitivos moradores de Dores,eram os índios Indaiás.Tempos depois,é que despertou-me o interesse pela história de Minas gerais.Descobri que,em verdade,fôram os Índios Tapuyas ou Tamuya,os primeiros habitantes desta região.Esses bárbaros Tapuyas,tinham influência do Amazonas,ao Rio Jaguaribe,e,do Jaguari ao Ceará.Acredito eu,que eles vieram para Minas,através do Rio São Francisco.Muitos destes detalhes constam no livro:"Os Índios do Brasil"(1908)-de Nelson de Senna,que foi editado pela Revista da APM.Este mesmo livro,não faz referência aos índios Indaiás,mas há um detalhe curioso:Na linguagem dos índios Tapuyas,Indaiá quer dizer palmeira.O cocás do índios da região eram ornamentados da palmeira Indaiá(attalea apoda),que de certa forma,tinha haver com o costume dos índios,nesta,e outras regiões do Brasil.

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  3. Sobre a origem das famílias de Dores,de Minas e do Brasil,tenho um comentário a fazer: Em um discurso do historiador,Augusto de Lima Junior,no IHGMG,em 1960,ele faz uma reflexão muito interessante sobre nossa origem..."Uma nação pode desaparecer do mapa do mundo,sem que desapareça do mundo o povo que a constituiu.O povo Judeu caminha pelas cinco partes do mundo,sem que desapareça a História do Mundo,tão vivo,como nos tempos de Esdras,antes ou depois do cativeiro da Babilônia,entretanto este mesmo povo,vivendo do comércio,tinham no espírito a indestrutível força da religião.Fôram perseguidos,no entanto seu "espírito" nunca se modificou.Descalços,nus,feridos e perseguidos,os ideais judáicos criaram um paralelismo Cristão e,com este,continuaram a dar ao mundo um roteiro que formou o tipo de civilização em que vivemos.A religião é a forma mística da consciência histórica,porque ela revela aos homens sua origem comum e os ensina a caminhar para um mesmo destino.Os judeus estão ai através dos séculos,vestidos como nós,vivendo como nós,mas separados de nós por uma consciência histórica,que lhes é peculiar".Continuando o meu raciocínio;No Século XIX,um certo Manuel de Souza Pinto,provavelmente um "Cristão Novo",chegou na Serra dos Caixetas,pelas bandas de São Braz de Suaçuí,casou-se com Anna Maria do Rosário,filha de Manuel Pereira Caixeta,e,deu origem entre outros a minha família,do lado materno,os "Ribeiro de Oliveira" de Entre Rios de Minas.Acredito eu,que com a família Araújo,não foi diferente.O sombrio português,Manuel Afonso Pereira de Araújo,adquiriu sesmarias na região de Patos de Minas e Tamanduá(hoje Itapecerica).De seus descendentes o Coronel e,coletor José Pedro de Araújo,deu origem a influente Família Araújo de Dores do Indaiá.O próprio professor Waldemar Barbosa,reforça esta minha tese,na revista do IHGMG(Volume XXI 1986-1991),na página 243.

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    1. Excelente seu comentário, Marcos. Tenho o livro de Augusto de Lima Júnior, A Capitania das Minas Gerais, onde ele escreve bastante sobre a história dos judeus em Minas. Estarei utilizando esse material em minhas pesquisas e textos. Aproveitarei para acrescentar este que você gentilmente me enviou.
      Um grande abraço.
      Antônio Carlos Corrêa

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  4. No interessante livro:"Lagoa da Prata-Retiro do Pântano"(1997),do Sr.Silvério Rocha,confirma que o sesmeiro Manuel Afonso Pereira de Araújo,era filho de Francisco de Araújo e Sá(Capitão),natural de Braga,que em 1741, passou a residir em Tamanduá(Itapecerica).

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  5. O Capitão Mor,Francisco de Araújo e Sá,que era escrivão e arrecadador,foi sesmeiro na região do Vale da Zona Metalúrgica,MG.Seu requerimento de Sesmaria,segundo Caio C Boschi,encontra-se no "Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa".Foi ele quem doou terreno(por escritura),para construção da Capela São Sebastião,da cidade de Itatiaiuçu,em 27 de Junho de 1748(que consta no livro "Instituições de Igrejas do Bispado de Mariana"(1945),de Cônego Raymundo Trindade).

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    1. boa tarde

      minha família teve origem em patos de patos minas e eu nao tenho nenhuma informação da minha família deste parde do Araujo se vc tem poderia mim passar os nomes pra mim passsar

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    2. Boa tarde.
      Meu nome é Gleidson e moro em Anápolis, Goiás. Eu e minha família estamos buscando informações sobre parentes do meu avô pai da minha mãe. Ele veio de Patos de Minas para Petrolina de Goiás. O nome dele era José Pereira de Araújo, filho de Alcino Pereira de Araújo, Irmão de Julia, Geralda, Dionizio, Belchior, Gaspar e Gasparina. Veio de Patos de Minas para Fazenda Boa Vista, Petrolina de Goiás. Onde se casou com Maria Brás de Oliveira, minha avó. Se tiver alguma informação. gleidsonribeiro38@yahoo.com.br

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  6. Muito interessantes suas observações, Marcos. Veja que temos nossos ancestrais como provenientes da região de Braga, norte de Portugal, origem de grande parte da colonização portuguesa no Brasil. Fascinante tudo isso!

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  7. Excelente. Você saberia dizer onde e quando faleceu João Sabino Ribeiro, citado no texto?
    O semanário Indaiá de 1906, existe cópia eletrônica dele que possa ser disponibilizada?

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