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Matriz de São Sebastião (demolida em 1937).
S/D. Autor desconhecido.
Nota: esta foto não se encontra no livro "Serra da Saudade".
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Localizados,
assim, fazendas e fazendeiros, crescida a população que já precisava de dois
cemitérios, arruinada a tosca e provisória capelinha colmada do Rancho da Boa
Vista, nasceu entre o povo a idéia da construção de uma igreja definitiva e de
um povoado, onde as famílias dos fazendeiros, seus agregados e poucos escravos
fossem buscar os socorros da religião, os recursos médicos e comerciais e ponto
de diversões. População pobre, todo o peso da construção havia de recair sobre
os fazendeiros.
Foi
coordenador e animador desse patriótico movimento MANUEL CORRÊA DE SOUSA, que
soube sair vitorioso da divergência com alguns vizinhos a respeito do local a
ser eleito para a construção da matriz[26]. Seu ponto de vista era fosse
mantida a escolha dos antigos e levantada a Matriz no mesmo sítio da arruinada
capelinha do rancho da Boa Vista, na extremidade norte da sua fazenda do Ribeirão
dos Patos.
Em
homenagem ao primeiro historiador de Dores do Indaiá, que foi o saudoso João
Sabino Ribeiro, falecido há mais de 30 anos, e que conheceu e privou com filhos
dos primeiros povoadores, transcrevo aqui o seu trabalho publicado no semanário
“INDAIÁ”, de 1906, relatando a contenda em que Manuel Corrêa de Sousa enfrentou
a auréola de prestígio do Alferes Manuel Gomes, recém-chegado triunfante de
Portugal, e a incontestada influência do Cap. Amaro da Costa Guimarães, que já
mandara estudar ao Seminário seu filho Elias da Costa Guimarães para futuro
vigário da futura paróquia. Ao que parece, o Cap. pretendia reeditar aqui a
tradição dos ricos senhores de engenhos no Nordeste, que tinham as capelas para
bem de seus vastos latifúndios e não do povo propriamente.
E
assim começa João Sabino: “Quando se escoava na roda do tempo, ao sumir-se nas
dobras do passado o século XVIII, habitavam estas pitorescas e ubérrimas plagas
sertanejas do vale do majestoso Rio S. Francisco, aquém da lendária Serra da
Saudade, entre outros, os seguintes fazendeiros – Cap. Amaro da Costa
Guimarães, na fazenda de Santa Fé; Manuel Gomes Batista, na fazenda dos Gerais;
Cap. Elias Pinto Coelho, na fazenda do Sobrado; e Manuel Corrêa de Sousa, na
fazenda dos Patos. Cogitavam estes fazendeiros de fundar uma povoação onde
pudessem ter mais prontos os recursos da religião cristã e da medicina,
elevando suas vistas ao porvir e trazendo para este centro o melhoramento e o
comércio; entretanto, Manuel Gomes Batista pretendia que fosse na fazenda dos
Gerais, ou nas suas imediações nas cabeceiras do córrego do Capim Branco e
córrego do Cemitério, nome este proveniente de um cemitério hoje abandonado
que, naqueles tempos, aí existiu. O Cap. Elias Pinto Coelho também queria que
fosse na sua fazenda do Sobrado, ou nas cabeceiras do Córrego de N. Senhora,
onde existiu também um cemitério velho, abandonado, tendo apenas hoje, neste e
naquele, umas cruzes velhas que denotam seus lugares.
O
Cap. Amaro da Costa Guimarães, por sua vez, também puxava para seu lado querendo
coloca-la no alto da CORIOCA, onde até hoje existem fragmentos de telhas e
sinais de buracos que fizeram para edificação da capela.
Manuel
Corrêa de Sousa (o Correinha, como o chamavam ao bisavô do acadêmico Carlos
Corrêa), esforçando-se de comum acordo com outros, como sejam – Te. Cel.
Mariano Ferreira do Amaral, Cap. Antônio Alves de Sousa, Antônio de Sousa
Fernandes, irmãos, este pai e aquele tio do finado ajudante Francisco de Sousa
Fernandes, José de Sousa Rosa, Albino Pinto Coelho, Manuel Lino Fiúza, Manuel
Alves Cirino (da Cachoeira) e outros, combinaram e acordaram em edificar neste
lugar uma capela dedicada a Nossa Senhora das Dores, sendo a mesma que existe
hoje como Matriz. Para esse fim o dito Correinha separou um canto da sua
fazenda, dividindo-o com valos[27], um do lado do Nascente, cabeceira do
córrego das Condutas, e, da cabeceira desta vertente, tirou outro valo
em direção ao Poente, fechando-o na cabeceira de uma vertente do córrego do Pacheco,
limitando-o ao Norte e Poente com outras fazendas...”
Abro
aqui um parêntese. No desfecho dessas quatro pretensões divergentes, sobre a
escolha do local da matriz a se edificar, está se percebendo que o mandonismo
de aldeia jamais haveria de medrar, como nunca medrou em Dores. O Cap. Amaro,
que poderia aspirar à prepotência, não só por ser um dos primeiros a se fixar
ali e o mais remediado deles, como porque já havia mandado um filho estudar ao
Seminário, cedeu sem despeito e auxiliou a construção do templo do templo. De
igual modo o Alferes Gomes Batista que, como disse, acabara de regressar
triunfante do Reino, com a auréola da aventura do Diamante do Abaeté e o cargo
de Tesoureiro da Intendência de Sabará... Mas estas forças não se digladiam,
antes se compensam, se equilibram, e fica firmado o principio de ausência de
mandonismo local, que havia de perdurar até hoje. Efetivamente nunca o houve
ali. Homens como os já citados e mais tarde outros, como José de Sousa Coelho e
Antônio Caetano da Silva Guimarães, gozaram de incontestado prestígio, mas,
porque o povo sabia que o dinheiro destes em nada modificara seu bom
temperamento: não se valiam do prestígio e do dinheiro senão para o bem –
compor os desavindos, evitar litígios.
Ainda
recentemente, no primeiro pleito para Presidente da República depois do curto
período getuliano, o povo retomou essa tradição, dando preferência ao
Brigadeiro Eduardo Gomes, e logo depois a Milton Campos, em que pesasse ao
poderio emprestado do estadista improvisado de Pará de Minas. Fechado esse
parêntese, retomo a narrativa.
Vitorioso
seu ponto de vista na escolha do local, levar a obra a bom termo ficava sendo
um dever com que o Corrêa não podia deixar de cumprir. E assim, sobre doar para
patrimônio mais de seis alqueires do seu imóvel – Patos – Manuel Corrêa ainda o
cercou com mais de mil metros de valos e continuou fornecendo material e
numerário para as obras da Matriz, de que não se esqueceu em seu testamento com
um legado de 40$000, que naqueles dias representava bem vinte bois. Ao passo
que o Capitão Amaro pouco sobreviveu ao início da construção, falecendo em
1816, e o Alferes Gomes Batista pouco podia fazer com sua presença, ocupado que
andava com a extração de diamantes no Rio Indaiá, sob a chefia de Diogo de
Vasconcelos, o patriarca Manuel Corrêa acompanhou as obras e o desenvolvimento
do povoado até 1834, vendo coroados de êxito o seu esforço, dedicação e
energia. Nenhum dos fundadores o excedeu em perseverança nessa obra. Por estes
e outros fatos não se averbará de piedosa hipótese filial minha, de tola vaidade,
o reivindicar para ele o título de patriarca dorense e figura preeminente na
fundação da cidade, que continua a ser povoada por numerosíssima descendência
sua.
Delimitado
dest`arte o patrimônio, o templo se construiu e o arraial nasceu. Desde 1799,
ainda bem antes de terminadas as obras, já eram celebrados atos religiosos na
futura Matriz. É o que em boa lógica se tira dos termos de um requerimento de
Luiz Gonçalves de Paiva, abonados pela certidão que lhe forneceu o padre
Belchior Pinheiro de Oliveira, [28] Vig.º de Pitangui, encontrados nos autos de
inventário de Leandro Soares Cardoso. Justificando o motivo por que requeria ao
Vigário de Pitangui e não ao de Dores do Indaiá (que já o tinha na época do
requerimento), alegou o suplicante: “Diz Luiz Glz. de Paiva, filho legítimo de
José Francisco de Paiva e Luiza Marques de Araújo, nascido e batizado na Capela
da Snra. Das Dores, deste Termo, ANTES DE SER A MESMA CAPELA FREGUEZIA COLADA,
quer o suplicante se emancipar no inventário de seu finado sogro Leandro Soares
Cardoso e precisa que o Revdo. Pároco desta Freguezia aonde se acha o assento
de Batismo do supe., dele passe por certidão o dia, mês e ano que foi batizado
o Supe. Em modo que faça fé E.R. Mê.”
O
Vigário Belchior, na certidão que firma, transcreve o teor do assentamento:
“Aos 15 de agosto de 1799, NA ERMIDA DA SENHORA DAS DORES, desta freguesia de
Pitangui, o Reverendo Francisco Luiz de Sousa batizou e pos os santos óleos a
Luiz, inocente, filho legítimo de José Francisco de Paiva e Luzia Marques de
Araújo...”
Ora,
a Ermida da Senhora das Dores, onde fora batizado em 1799
aquele inocente, ainda não colada, vale dizer, sem o direito de ter vigário
nomeado, não podia ser a antiga e tosca capelinha colmada, assim porque esta,
de duração precária, já era então caída, bem como porque, dada sua construção
provisória e rusticidade, nunca poderia ter o nome de Ermida da Senhora das
Dores e vir a gozar da prerrogativa da colação. A Ermida da Senhora das Dores,
portanto, em que foi batizado Luiz, em 1799, outra não podia ser que a mesma
igreja em construção. Tão certo é, que o mesmíssimo padre Francisco Luiz de
Sousa, que fez o batizado de 1799, veio a ser o 2º. Vigário da freguesia de
Dores, como torna claro o seguinte registro: “Aos 28 de abril de 1810 batizou e
pos os santos-óleos, de LICENÇA MINHA, o Revdo. Francisco de Assis Ferreira a
Martinho, párvolo, filho legítimo de Luiz Marcelino da Costa e Nataria Felícia
da Silva. P.P. Mariano Ferreira do Amaral e Umbelina Rosa de Jesus, filha de
Elias Pinto Coelho. E para constar, mandei fazer este assento, que assino. O Vigo.
Francisco Luiz de Sousa”. Este registro, diz a certidão no seu
início, se acha a fs. 54 do Liv. 1º. De assentamentos de batizados da Matriz
de Dores do Indaiá, livro desaparecido atualmente, existindo a
certidão acima transcrita no inventário de Mariano Ferreira do Amaral.
Portanto, não só em 1810 a igreja já era MATRIZ COLADA, bem como esse padre que
já andava oficiando na mesma antes de ser concluída, havia de ser o seu futuro
vigário.
No
alvorecer do século XIX já o povo vaidosamente batizava a nascente povoação do
ARRAIAL DA BOA VISTA – designação que evolui para – Matriz da Boa Vista de
Nossa Senhora das Dores. [29]
Mas
para logo são suprimidas as palavras recordativas do Rancho, passando a ser
simplesmente Matriz de Nossa Senhora das Dores, como se evidencia da
certidão seguinte: “Certifico que no Livro 1º. Dos assentos de batizados desta
MATRIZ DE NOSSA SENHORA DAS DORES a fs. 83 se acha o seguinte assento: - Aos 20
de outubro de 1813 batizou e pos os santos óleos, de licença
minha, o Reverendo Francisco de Paula Silva a Maria, párvula, filha
legítima de Elias Pinto Coelho e Maria de S. José. Foram padrinhos Mariano
Ferreira do Amaral e D. Ana Maria José Fiúza, de que para constar mandei fazer
este assento que assino. O Vig.º José de Brito Freire, e nada mais constava do
assento, que copiei do próprio livro a que me reporto e juro aos Santos
Evangelhos. Dores do Indaiá, 10 de dezembro de 1853. O Vig.º João Batista de
Aguiar”.
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Mapa da província de Minas Gerais - Barão d'Eschwege - 1826.
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.
Nota: Este mapa não se encontra no livro "Serra da Saudade".
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E
é para se notar que no Mapa da Província de Minas Gerais, levantado pelo
Coronel Barão de Eschwege, em 1821, Dores figura com o sinal característico de
“PAROCHIA”. É também circunstância digna de observação que, em 1830, de todos
os arraiais pertencentes à jurisdição civil de Pitangui, somente a Igreja de
Dores do Indaiá estava elevada à categoria de MATRIZ, como se lê na seguinte
relação:
“RELAÇÃO
das cidades, vilas e povoações da Província de Minas Gerais, com declaração do
número de fogos de cada uma, em 1830.
Termo
da Villa de Pitangui:
Villa
e MATRIZ de Pitangui;
Arraial
de S. Gonçalo do Brumado
Arraial
do Patatufo,
Arraial
de S. Ana do R.º de S. João,
Arraial
de S. Gonçalo do Pará,
Arraial
de Itapecerica,
Arraial
da Saúde,
Arraial
de Bom Despacho,
Arraial
de São Joanico,
Arraial
do Impantunado,
Arraial
e MATRIZ das Dores (453 fogos)
Arraial
do Espírito Santo do Indaiá – 227 fogos – (Ver. Do Arq. Publ. Min., vol.
II).
Diz
a Lei 239 de 30 de novembro de 1842:
Art.
7, § 4.º - O curato de Nossa Senhora do Loreto de Morada Nova, da freguesia dos
Alegres, fica incorporado à Paróquia de Nossa Senhora das Dores do Indaiá,
município da Vila de Pitangui”.
A
cidade dá-nos a impressão de um quadro em plano horizontal, que se perderia nos
sem-fins das chapadas, se não fora emoldurado pela Serra da Saudade. Sua flora,
concentrada nas vertentes fluviais, ostentava naqueles tempos opulência de
excelentes madeiras, e das cercanias do córrego de N. Senhora, a 3 quilômetros
do centro, foram extraídas grossas e retilíneas aroeiras para esteios, vigas e
mais peças assim do templo, como das casas de vivenda. Hoje, não só machado
iconoclasta bem como o fanatismo zebueiro tudo exterminou, desnudando toda a
região com transforma-la em pastagens artificiais.
No
setor judiciário já fiz especial menção do nome de Francisco José de Faria, que
residia no arraial desde os primeiros anos do século de 1800. O que é certo é
que no ano da graça de 1808 funcionou em uma penhora, como se vê de um auto em
meu poder, de que transcrevo os seguintes trechos: “ANNO do nascimento de N.S.
J. Christo de MIL OITOCENTOS E OITO, aos vinte e oito do mez de março do dicto
anno, neste aseburbio do arraial de Nossa Senhora das Dores,
termo da Villa de Pitangui onde eu escrivão fui vindo com o Juiz da Vintena
Francisco José de Faria e sendo ahi fez o dicto Juiz Penhora Filhada (?) e Real
Aprehensão em capoeiras que levarão quatro alqueires de Planta de Milho mais ou
menos e três Ranchos cobertos de capim cujos bens pertencentes ao Réu exicutado
José Pacheco de Oliveira a requerimento do Thenente Antonio Theodoro de
Mendonça para pagamento da coantia de sete oitavas de oiro que lhe he devedor
por hum credito que lhe passou prossedido de Dizimos de que foi secionario o
triênio que decorre de mil oitocentos e cinco e sete ... &” [30]
Donde
se conclui, até prova em contrário, que Francisco José de Faria foi a primeira
autoridade judiciária residente em Dores do Indaiá. Estavam lançadas as bases
para uma futura cidade.
[26]
Descendente do patriarca dorense (seu bisneto), não encareço, todavia, a sua
vitória sob o ponto de vista hidrográfico, porque o local eleito não era dos
melhores do município para a fundação de uma cidade: é pobre de água
canalizável. Por isso Dores está condenada a não ser jamais uma grande cidade.
Mesmo dentro da sua fazenda Patos havia localidades melhores, de
fácil canalização de água, como sejam Condutas, Pindaíbas,
etc. Parece que a aquiescência dos fazendeiros disputantes considerou que o
Rancho da Boa Vista era eqüidistante das respectivas fazendas.
[27]
- Era de feitura dispendiosa o valo, fosso de mais de dois metros de largura e
outros tantos de profundidade.
[28]
- Este Vigário Belchior, que dorme obscuramente sob fria campa em Pitangui
cooperou para nossa emancipação política quando, ao lado de Pedro I, nas
margens do Ipiranga, soprou aos ouvidos de Sua Alteza o brado
retumbante de Independência ou Morte.
[29]
- Vão aqui trechos de alguns documentos particulares, em meu poder: “Digo eu
Manuel Joam. Justiniano e minha mulher Ana Maria de Sousa, que entre os mais
bens pessoimos he bem assim huma xacara que leva sinco algos de planta de no.
&& passamos este que por nós não saber ler nem escrever pedimos e
Roguemos a Francisco José de Faria, que este por nos fizece e como
testa se assignace e nós nos assignamos com huma cruz e signal do nosso uso.
Hoje, ARRAYAL DA BOA VISTA, 15 de gosto de 1803”. (Seguem-se as assinaturas).
Quatro
anos decorridos, começa a aparecer nos documentos a palavra MATRIZ, como se vê
de um passado por João Pacheco, sua mãe e irmão, datando-o assim: “hoje, MATRIZ
da Boa Vista de Nossa Senhora das Dores, 1º. De dezembro de 1807”. (Tenho
diversos documentos com essa maneira de datar).
FRANCISCO
JOSÉ DE FARIA, que redigiu e assinou vários documentos de compra e venda, a
partir de 1803, foi a primeira autoridade judiciária de Dores, como Juiz da
Vintena, cargo então exercido nos povoados onde houvesse até 150 pessoas. Este
Juiz devia ser homem bom, escolhido em cada ano pelos Juizes, vereadores e
procuradores da cada Vila.
[30]
- “O vintenário, diz Geraldo dutra de Morais, era um juiz de distritos e de
pequena alçada; em qualquer aldeia em que houver 20 vizinhos edai para cima até 150,
por uma légua afastada ou mais da cidade ou vila, os Juizes, como os vereadores
e o procurador, escolheam em cada ano um homem bom queai seja juiz, que com
juramento bem e verdadeiramente conheça verbalmente as contendas até mais de
cem mil reis”.
“Assim
rezava o texto das instruções sobre a nomeação do vintenário”, (Hist. de
Conc. De Mato Dentro)”.
Meu avo Pedro Corrêa de Souza, filho de João Correa de Sousa e Maria Lucinda Alves Ruas saiu de Dores do Indaia para formar Primeira Camara Republicana de Abaeté eleita em 31 de Janeiro de 892.Desempenhou varios cargos publicos em Abaeté. Meu irmao escreveu o livro "Raizes de Abaete", conseguindo poucas informaçoes sobre a Familia Correa.Gostamos muito deste blog.
ResponderExcluirmeu email é: evandocorrea@hotmail.com
Muito obrigado, Simby. Continuo minhas pesquisas e postando regularmente. Também faço acréscimos e modificações no texto na medida em que encontro mais informações. Sua ajuda será valiosa.
ExcluirAbraços.
Antônio Carlos Corrêa
Certa vez,um professor comentou comigo que os primitivos moradores de Dores,eram os índios Indaiás.Tempos depois,é que despertou-me o interesse pela história de Minas gerais.Descobri que,em verdade,fôram os Índios Tapuyas ou Tamuya,os primeiros habitantes desta região.Esses bárbaros Tapuyas,tinham influência do Amazonas,ao Rio Jaguaribe,e,do Jaguari ao Ceará.Acredito eu,que eles vieram para Minas,através do Rio São Francisco.Muitos destes detalhes constam no livro:"Os Índios do Brasil"(1908)-de Nelson de Senna,que foi editado pela Revista da APM.Este mesmo livro,não faz referência aos índios Indaiás,mas há um detalhe curioso:Na linguagem dos índios Tapuyas,Indaiá quer dizer palmeira.O cocás do índios da região eram ornamentados da palmeira Indaiá(attalea apoda),que de certa forma,tinha haver com o costume dos índios,nesta,e outras regiões do Brasil.
ResponderExcluirSobre a origem das famílias de Dores,de Minas e do Brasil,tenho um comentário a fazer: Em um discurso do historiador,Augusto de Lima Junior,no IHGMG,em 1960,ele faz uma reflexão muito interessante sobre nossa origem..."Uma nação pode desaparecer do mapa do mundo,sem que desapareça do mundo o povo que a constituiu.O povo Judeu caminha pelas cinco partes do mundo,sem que desapareça a História do Mundo,tão vivo,como nos tempos de Esdras,antes ou depois do cativeiro da Babilônia,entretanto este mesmo povo,vivendo do comércio,tinham no espírito a indestrutível força da religião.Fôram perseguidos,no entanto seu "espírito" nunca se modificou.Descalços,nus,feridos e perseguidos,os ideais judáicos criaram um paralelismo Cristão e,com este,continuaram a dar ao mundo um roteiro que formou o tipo de civilização em que vivemos.A religião é a forma mística da consciência histórica,porque ela revela aos homens sua origem comum e os ensina a caminhar para um mesmo destino.Os judeus estão ai através dos séculos,vestidos como nós,vivendo como nós,mas separados de nós por uma consciência histórica,que lhes é peculiar".Continuando o meu raciocínio;No Século XIX,um certo Manuel de Souza Pinto,provavelmente um "Cristão Novo",chegou na Serra dos Caixetas,pelas bandas de São Braz de Suaçuí,casou-se com Anna Maria do Rosário,filha de Manuel Pereira Caixeta,e,deu origem entre outros a minha família,do lado materno,os "Ribeiro de Oliveira" de Entre Rios de Minas.Acredito eu,que com a família Araújo,não foi diferente.O sombrio português,Manuel Afonso Pereira de Araújo,adquiriu sesmarias na região de Patos de Minas e Tamanduá(hoje Itapecerica).De seus descendentes o Coronel e,coletor José Pedro de Araújo,deu origem a influente Família Araújo de Dores do Indaiá.O próprio professor Waldemar Barbosa,reforça esta minha tese,na revista do IHGMG(Volume XXI 1986-1991),na página 243.
ResponderExcluirExcelente seu comentário, Marcos. Tenho o livro de Augusto de Lima Júnior, A Capitania das Minas Gerais, onde ele escreve bastante sobre a história dos judeus em Minas. Estarei utilizando esse material em minhas pesquisas e textos. Aproveitarei para acrescentar este que você gentilmente me enviou.
ExcluirUm grande abraço.
Antônio Carlos Corrêa
No interessante livro:"Lagoa da Prata-Retiro do Pântano"(1997),do Sr.Silvério Rocha,confirma que o sesmeiro Manuel Afonso Pereira de Araújo,era filho de Francisco de Araújo e Sá(Capitão),natural de Braga,que em 1741, passou a residir em Tamanduá(Itapecerica).
ResponderExcluirO Capitão Mor,Francisco de Araújo e Sá,que era escrivão e arrecadador,foi sesmeiro na região do Vale da Zona Metalúrgica,MG.Seu requerimento de Sesmaria,segundo Caio C Boschi,encontra-se no "Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa".Foi ele quem doou terreno(por escritura),para construção da Capela São Sebastião,da cidade de Itatiaiuçu,em 27 de Junho de 1748(que consta no livro "Instituições de Igrejas do Bispado de Mariana"(1945),de Cônego Raymundo Trindade).
ResponderExcluirboa tarde
Excluirminha família teve origem em patos de patos minas e eu nao tenho nenhuma informação da minha família deste parde do Araujo se vc tem poderia mim passar os nomes pra mim passsar
Boa tarde.
ExcluirMeu nome é Gleidson e moro em Anápolis, Goiás. Eu e minha família estamos buscando informações sobre parentes do meu avô pai da minha mãe. Ele veio de Patos de Minas para Petrolina de Goiás. O nome dele era José Pereira de Araújo, filho de Alcino Pereira de Araújo, Irmão de Julia, Geralda, Dionizio, Belchior, Gaspar e Gasparina. Veio de Patos de Minas para Fazenda Boa Vista, Petrolina de Goiás. Onde se casou com Maria Brás de Oliveira, minha avó. Se tiver alguma informação. gleidsonribeiro38@yahoo.com.br
Muito interessantes suas observações, Marcos. Veja que temos nossos ancestrais como provenientes da região de Braga, norte de Portugal, origem de grande parte da colonização portuguesa no Brasil. Fascinante tudo isso!
ResponderExcluirExcelente. Você saberia dizer onde e quando faleceu João Sabino Ribeiro, citado no texto?
ResponderExcluirO semanário Indaiá de 1906, existe cópia eletrônica dele que possa ser disponibilizada?