Pedro José de Oliveira e Silva (1857-1938). |
Poucas
pessoas foram apontadas, na história de Dores do Indaiá, como exemplo de
probidade como o foi Pedro José de Oliveira e Silva. Desde o testemunho
publicado por Carlos Cunha Corrêa em Serra
da Saudade, em 1948, até comentários que ouço, com frequência, nos dias
atuais, feitos por pessoas que o conheceram, constato que é unânime a afirmação
de que Pedro José de Oliveira e Silva foi a pessoa mais honrada e séria que
conheceram. Evidentemente, não estou a desmerecer os demais personagens da
história dorense, pois homens probos os houve, com certeza, e em número não
reduzido. Mas o exemplo legado por Pedro José a todos que tiveram o privilégio
de conhecê-lo cala fundo nos que se aventuram em saber um pouco mais da história
desta pequena cidade do Campo Grande mineiro.
Pedro
José se eternizou como uma referência de pessoa do bem, cujo único objetivo na
vida era ajudar a quem dele necessitasse. Soube promover a concórdia e a tolerância
entre as pessoas, soube honrar os compromissos assumidos e, acima de tudo, soube viver para
o bem de sua família e de sua comunidade. Visto que essas qualidades são cada
vez mais escassas em nosso País, considero que apresentar uma breve biografia,
mesmo que muito incompleta e plena de lacunas, é um dever para com todos
aqueles que valorizam as grandes virtudes do caráter.
Pedro José de Oliveira e Silva (1857-1938). |
Pedro
José de Oliveira e Silva foi um homem inserido em seu tempo, mas seguiu um rumo
diferenciado da média dos demais cidadãos que viveram nesse período de nossa
história. Enquanto a maioria lutava em seu trabalho para obter dinheiro, prestígio,
poder, influência e posses, muitas posses, Pedro José nadava um tanto contra a
corrente. Teve posses, mas apenas o suficiente para que pudesse criar sua
família com dignidade. E não era uma família pequena. Pelo contrário, criou os
filhos de forma exemplar e ajudou a criar os netos. Sempre foi um homem com quem os amigos e conterrâneos podiam contar nas horas difíceis. Pedro José se tornou
uma lenda de honradez em Dores do Indaiá.
Pedro
José de Oliveira e Silva nasceu provavelmente na fazenda Cachoeira, em Dores do
Indaiá, em 1857. Seu registro de nascimento revela apenas o nome do rincão
natal, a Vila de Dores do Indaiá. Esta fazenda pertencia a seus ancestrais
desde sua organização, no início do século XIX, porém não encontramos referência acerca da data correta de sua formação.
A
fazenda Cachoeira, segundo relato de Carlos Cunha Corrêa em Serra da Saudade (p. 183), foi
organizada por Manuel Alves Cirino, casado com Custódia Jacinta de São José,
esta filha legítima de Domingos Gonçalves Machado e Custódia Luiza de Santana. O
autor não revela dados sobre a origem de Manuel, mas Custódia era proveniente
de Queluz (atual Conselheiro Lafaiete). Manuel Alves Cirino foi um dos 39 sesmeiros e fazendeiros que fundaram o arraial da Boa Vista, futura Dores do Indaiá, em co-participação com seus sogros Domingos Gonçalves Machado e Custódia Luiza de Santana. Ele consta na relação dos fundadores já apresentada em post anterior.
Matriz de Queluz no início do século XX. |
Queluz
foi um sítio polarizador de imigrantes portugueses para o Brasil, no século
XVIII, provenientes de diversas localidades do norte de Portugal, notadamente da
região do arcebispado do Porto e do de Braga, duas das cidades lusitanas mais
antigas, em particular do concelho de Guimarães. Guimarães foi palco da
decisiva batalha de São Mamede, em 24 de junho de 1128, na qual o jovem Duque
Afonso Henriques, após sangrenta batalha contra as forças do reino de Leão e da
Galícia, comandadas por sua mãe, a Duquesa Teresa de Leão e o conde da Galícia,
Fernão Peres de Trava (que havia se casado com sua mãe, quando esta ficou viúva
do conde D. Henrique de Borgonha, pai de D. Afonso Henriques), tendo derrotado
o exército inimigo. A batalha foi ferida defronte o mais belo castelo-fortaleza
medieval de Portugal, hoje o mais importante monumento histórico do País: o castelo
de Guimarães. Após a batalha, D. Afonso Henriques proclamou a independência do
reino de Portugal, anteriormente chamado de Condado Portucalense, libertando-se
da vassalagem aos reinos de Leão e Castela.
Conde D. Henrique de Borgonha.
Chefe do Condado Portucalense, antes da
existência de Portugal. Pai de D. Afonso Henriques,
o fundador do Estado português.
|
D. Tereza de Leão, mãe de D. Afonso Henriques, o fundador do Estado português. |
Estátua de D. Afonso Henriques no Castelo de São Jorge em Lisboa, réplica da original, que se encontra em Guimarães. |
Castelo de Guimarães |
Castelo de Guimarães, núcleo inicial da formação de Portugal. |
Castelo de Guimarães, visto do alto de uma de suas torres. |
Outros
locais de emigração de portugueses para o Brasil foram as diversas localidades
na Serra da Estrela, as cidades de Lamego, Viseu (e seu distrito de Vouzela, de
onde partiu para o Brasil o lendário João Ramalho, genearca das mais antigas
famílias do sudeste brasileiro, incluindo a família Corrêa), Coimbra, e também do
arquipélago dos Açores, em particular da Ilha do Fayal.
Lamego, Santuário de N.S. dos Remédios. Portugal. |
Lamego, interior do Santuário de N.S. dos Remédios. Portugal. |
Vouzela, Concelho de Viseu, Portugal. Terra natal do maior genearca das grandes famílias do Sudeste do Brasil: João Ramalho. |
Cidade de Horta, Ilha do Fayal, Arquipélago dos Açores, Portugal. |
Mapa do Arquipélago dos Açores, Portugal. |
Ilha do Fayal. Arquipélago dos Açores. Portugal. Foto: Tomás Melo, Flickr. |
Dentre
esses imigrantes, sobressaiu-se na colonização da margem esquerda do Alto São
Francisco, na Capitania de Minas Gerais, a família de Jerônimo da Costa
Guimarães. Jerônimo nasceu, em 1698, na Freguesia de São Torcato, termo da Vila
de Guimarães, Arcebispado de Braga, em Portugal, como relata Fenelon Ribeiro em
sua obra Povoamento e Colonização –
Centro Oeste Além São Francisco – Dores do Indaiá – Fragmentos da Genealogia do
Capitão Amaro da Costa Guimarães (p. 30). Seus antepassados nasceram nas Freguesias de São Torcato e
da Costa, ambas no Concelho de Guimarães.
Santuário de São Torcato, Guimarães. |
Jerônimo era filho de João Lourenço da Costa Souto (1660-?), natural de Souto, Guimarães, que casou-se em 10/10/1681 com Jerônima Martins Costa (1660-?), nascida em Costa, Guimarães, e falecida em São Torcato. Jerônima era filha de Pedro Dias (1630-1696), que nasceu em Costa, Guimarães, e faleceu em são Torcato, e Maria Martins (1635-?), que também nasceu em Costa, Guimarães, e faleceu em local ignorado em Portugal. Ela era filha de Martim Gaspar e Antônia Gonçalves. Os antepassados de Pedro Dias não foram encontrados.
Queluzito, MG. Matriz de Santo Amaro. |
Jerônimo emigrou para o Brasil, mais
exatamente para Santo Amaro (atual Queluzito, próximo a Conselheiro Lafaiete,
que era chamada Queluz), na Capitania de Minas Gerais, onde se casou com Damiana
de Jesus, na Matriz de Santo Amaro de Queluzito, em primeiro de novembro de
1733. Ela era natural da Freguesia de São Miguel de Urrós, vale do Arouca,
bispado de Lamego, Portugal. Este casal teve dez filhos, mas citarei apenas os
que estiveram diretamente envolvidos com a colonização da margem esquerda do
Alto Rio São Francisco, já que ali foram os primeiros a se estabelecer,
inicialmente como colonos e, depois, como donos de sesmarias. Foram os
seguintes: Joaquim da Costa Guimarães (2º. filho), José da Costa Guimarães (4º.
filho), Páschoa Maria de Jesus (5ª. filha), João da Costa Guimarães (6º. filho)
e Amaro da Costa Guimarães (8º. filho).
Queluzito, MG. Matriz de Santo Amaro. |
Páschoa
Maria de Jesus (1741-1815) permaneceu em Queluz, onde faleceu em 1815, e não
participou diretamente da colonização desta região acima citada. Páschoa casou-se
com Luiz de Almeida, em 1761, na Matriz de Santo Amaro, em Queluzito, tendo ambos
falecido em 1815, nesta cidade.
Segundo
pesquisas do estudioso em genealogia, Sr. Iácones Batista Vargas, este casal teve,
uma filha, Custódia Luiza de Sant’Anna, que se tornou proprietária da fazenda
Cachoeira, localizada próximo à Serra da Saudade, em Dores do Indaiá. Consultando o testamento de Jerônimo da Costa Guimarães, pai de Páscoa, encontramos o seguinte: "Deixo a minhas duas netas e afilhadas Custódia e Josefa, filhas de minha
filha Páscoa, vinte mil réis a cada uma." Constatamos, assim, que Páscoa teve duas filhas. Não obtivemos ainda informações sobre Josefa. Nesta época, com dois mil réis se adquiria uma boa vaca ou boi.
É importante ressaltar que o Sr. Iácones Batista Vargas realizou sua pesquisa cartorial em Pitangui, dados que gentilmente enviou-me há pouco mais de um ano. O casal Custódia Luiza de Sant'Anna e Luiz de Almeida teria tido duas filhas: Teodora Cândida de São José, casada com Felisberto Moreira da Silva, natural de Curral del Rey, e Eufrásia Silvéria de São José, casada com João Ignácio de Oliveira Braga, natural de Queluz.
É importante ressaltar que o Sr. Iácones Batista Vargas realizou sua pesquisa cartorial em Pitangui, dados que gentilmente enviou-me há pouco mais de um ano. O casal Custódia Luiza de Sant'Anna e Luiz de Almeida teria tido duas filhas: Teodora Cândida de São José, casada com Felisberto Moreira da Silva, natural de Curral del Rey, e Eufrásia Silvéria de São José, casada com João Ignácio de Oliveira Braga, natural de Queluz.
Os
estudos de genealogia são complexos e, muitas vezes, encontramos informações
contraditórias. É o que ocorre no presente caso, quando Carlos Cunha Corrêa, o autor
do livro Serra da Saudade, relata
(p. 183), como vimos acima, que a fazenda Cachoeira foi organizada por Manuel
Alves Cirino, em parceria com seus sogros, tendo ele se casado com Custódia Jacinta de São José, filha legítima de
Custódia Luiza de Sant’Anna e Domingos Gonçalves Machado. Seus dados foram
obtidos na declaração encontrada no testamento desta mesma Custódia Jacinta de
São José. Este casal teve apenas uma filha, Ana Jacinta de São José, que,
posteriormente, contraiu núpcias com Manuel Carvalho de Campos. Estes teriam
gerado descendência e continuaram residindo na fazenda Cachoeira.
Essas
informações conflitantes podem fazer-nos levantar a hipótese de que Custódia e Domingos
tenham tido mais de uma filha, e não apenas Ana Jacinta de São José, como
afirmado por Carlos Cunha Corrêa. De qualquer forma, a fazenda Cachoeira seria
propriedade do casal Domingos e Custódia, ela filha de Páschoa Maria de Jesus,
irmã do capitão Amaro da Costa Guimarães, um dos fundadores de Dores do Indaiá e tendo também como proprietários Manuel Alves Cirino e Custódia Jacinta de São José, este último também um dos fundadores do arraial.
Domingos e Custódia se deslocaram para a região da Serra da
Saudade na mesma ocasião que seus tios haviam aí se estabelecido. Esta é a região
esquerda do Alto São Francisco, onde hoje é o território de Dores do Indaiá, Estrela
do Indaiá, Luz e Serra da Saudade. A origem da fazenda Cachoeira teria como base um
provável desmembramento da sesmaria de Joaquim da Costa Guimarães, ou de seu
irmão José da Costa Guimarães, ambos irmãos do capitão Amaro.
Para
que se tenha ideia da imensidão de terras que os irmãos Costa Guimarães
possuíam, concedidas em sesmarias pelo governo da Capitania de Minas Gerais, em
1785 (já moravam na região, como colonos, desde 1765), transcrevemos o texto de
Carlos Cunha Corrêa, em Serra da Saudade (pp. 165-166):
"Deve
notar-se que todo o território que vai do S. Francisco à Serra da Saudade,
compreendido entre os ribeirões Jorge Grande e Antas e cabeceiras do ribeirão
dos Porcos, foi ocupado pela família Costa Guimarães e a ela concedida por
sesmaria.
Assim,
no mesmo mês de junho de 785, foi expedida a carta de sesmaria a favor de João
da Costa Guimarães (provavelmente irmão do Cap. Amaro), em terras que
prosseguiam para o Poente, dizendo-se: ...”morador
da parte dalém do Rio S. Francisco chamada do Bom Sucesso que ele está
cultivando na dita paragem (h) aperto de vinte anos e tem avultada criação de
gado vacum e cavalar, sendo DOS PRIMEIROS POVOADORES daquele continente...”
etc. E foram-lhe concedidas três léguas em quadra", confrontando da parte
do Nascente com Amaro da Costa Guimarães e do Poente com terras de Joaquim da
Costa Guimarães, do Norte com o ribeirão das Antas e do Sul com o ribeirão
denominado Jorge do Meio” (27 de junho de 785).
A
de Joaquim da Costa Guimarães, também de 3 léguas em quadra, confrontava ao
Nascente com João da Costa Guimarães, ao Poente com a Serra do Indaiá e suas
vertentes, ao Norte com José da Costa Guimarães, e ao Sul procurando a ponta da
Serra sertão devoluto.
A
de José da Costa Guimarães (3 léguas em quadra) confrontava ao Nascente com os
herdeiros do defunto Victorino, ao Poente com o sertão devoluto Serra do
Indaiá, ao Norte com o ribeirão dos Porcos e Serra das Saudades, e ao Sul com
Joaquim da Costa Guimarães (27 de junho de 785)."
Como
vimos, os Costa Guimarães são provenientes da Freguesia de São Torcato, termo
da Vila de Guimarães, Arcebispado de Braga, em Portugal e vieram para o Brasil,
provavelmente, no início do século XVIII (não encontrei dados precisando as
datas). Repetindo, o primeiro da linhagem desta família a aportar no Brasil,
foi Jerônimo da Costa Guimarães (1698-1790). Portanto, se associarmos as
versões de Carlos Cunha Corrêa e de Iácones Batista Vargas, Ana Jacinta de São
José seria bisneta de Jerônimo, neta de Páschoa, e filha de Custódia Luiza de
Sant’Anna.
Ana
Jacinta casou-se com Manuel Carvalho de Campos e teve quatro filhos: 1- Maria
Jacinta, casada com José Ferreira Palhares; 2- Francisca, casada com Manuel
Ferreira Palhares; 3- Maria do Carmo, casada com Custódio da Costa Gontijo; 4-
Joaquim Teles de Carvalho, casado com Carlota Delfina dos Santos.
Custódio
da Costa Gontijo, veio com sua mãe, Maria Silvéria do Sacramento, e irmãos, em
28 de março de 1847, para a fazenda Cachoeira, logo após o falecimento de seu
pai, João Evangelista da Costa Gontijo, no antigo vilarejo chamado Doce, atual município
de Moema. Um dos fundadores de Moema foi Manoel da Costa Gontijo, provavelmente
irmão de João Evangelista. Portanto, nesta versão de Carlos Cunha Corrêa, a
fazenda Cachoeira já existia e sua proprietária seria sua sogra, Ana Jacinta de
São José.
Uma
hipótese que aventei para esta divergência é que a fazenda Cachoeira tenha sido propriedade de
um consórcio de pessoas da mesma família, estando à frente da propriedade
Custódia Luiza de Sant’Anna, mas sua formação teria cabido a seu genro Manuel
Alves Cirino. Após a concessão das sesmarias na Capitania de Minas Gerais, era
muito comum que seus proprietários dividissem partes desse grande terreno, os
vendessem ou estabelecessem consórcios, quer dizer, se associassem a pessoas da
família, ou mesmo a estranhos, já que era absolutamente inviável a
administração de tão extensos territórios. Reiteramos, Manuel Alves Cirino participou na fundação do Arraial da Boa Vista, núcleo do futuro arraial de Dores do Indaiá.
Onze
anos após sua chegada à fazenda, a filha de Ana Jacinta de São José, Maria do
Carmo, casou-se com Custódio da Costa Gontijo, conforme certidão no cartório de
Dores do Indaiá, transcrita por Carlos Cunha Corrêa (p. 163):
"Certifico
que aos 7 de junho de 1858, na fazenda da Cachoeira, solenemente receberam-se
em Matrimônio perante mim que lhes dei as bênçãos nupciais os contraentes
Custódio da Costa Gontijo, filho legítimo do finado João Evangelista da Costa
Gontijo e D. Maria Silvéria do Sacramento, natural de Bom Despacho, com D.
Maria do Carmo Carvalho, filha legítima de Manuel Carvalho de Campos e D. Ana
Jacinta de São José, natural desta freguesia de Dores do Indaiá, branca. Foram padrinhos José Jacinto
Rodrigues Zica e Elias Pinto Coelho. Cachoeira, 7 de junho de 1858. O vig.°
João Batista de Aguiar."
Daí
em diante, Carlos Cunha Corrêa não aprofundou seus estudos sobre esta fazenda.
Voltando
às pesquisas do Sr. Iácones Batista Vargas, como vimos, Custódia Luiza de
Sant’Anna era filha de Páschoa Maria de Jesus, irmã do capitão Amaro da Costa
Guimarães. Como também já foi citado, o pai de Páschoa foi Jerônimo da Costa
Guimarães. Vamos agora nos aprofundar um pouco mais na genealogia de Páschoa,
do capitão Amaro e seus irmãos.
Jerônimo
era filho de João Lourenço da Costa Souto (1660-?), natural de Souto,
Guimarães, que casou-se em 10/10/1681 com Jerônima Martins Costa (1660-?), nascida
em Costa, Guimarães, e falecida em São Torcato. Jerônima era filha de Pedro
Dias (1630-1696), que nasceu em Costa, Guimarães, e faleceu em são Torcato, e
Maria Martins (1635-?), que também nasceu em Costa, Guimarães, e faleceu em
local ignorado em Portugal. Ela era filha de Martim Gaspar e Antônia Gonçalves.
Os antepassados de Pedro Dias não foram encontrados.
Brasão de São Torcato. Guimarães. |
Brasão da Freguesia de Costa, Guimarães. |
Capela de São Torcato, Guimarães, Braga, Portugal. |
João
Lourenço da Costa Souto era filho de João Lourenço (homônimo do filho) (1630-?),
que nasceu em Souto, Guimarães, e faleceu na mesma localidade, casou-se em 1650
com Maria Francisca (1630-?), que nasceu em Souto, Guimarães e faleceu na mesma
localidade. Não foram encontrados os seus antepassados.
Martim
Gaspar (1595-?) nasceu em São Torcato e era filho de Gaspar Gonçalves e Helena
Gonçalves, e se casou em 1620, na mesma localidade, com Antônia Gonçalves
(1602-1675), nascida e falecida em São Torcato. Antônia era filha de Salvador
Gonçalves e Perpétua Gonçalves Pires.
Gaspar
Gonçalves (1565-?) nasceu em São Torcato e se casou em 1590, na mesma localidade,
com Helena Gonçalves (1565-?) que também nasceu em São Torcato. Seus
antepassados não foram encontrados.
Salvador
Gonçalves (1575-?) nasceu em São Torcato e casou-se duas vezes. Primeiramente,
casou-se com Perpétua Gonçalves Pires (?-1612), nascida e falecida em São
Torcato. Este casamento ocorreu em 12/11/1600, na mesma localidade. Ela era filha
de João Pires e Catarina Pires. Este casamento durou apenas 12 anos, em função
do falecimento de Perpétua. O segundo casamento ocorreu em 01/05/1613, também
em São Torcato, sendo Margarida Gaspar a segunda esposa de Salvador. Ela era filha
de Gaspar Gonçalves e Ana Luís. Ele era filho de Domingos Gonçalves e Filipa
Gonçalves Pires. Provavelmente, Salvador e Perpétua eram primos em primeiro
grau.
Domingos
Gonçalves (1545-?) nasceu em São Torcato e se casou com Filipa Gonçaves Pires
(1545-?) na mesma localidade. Não foram encontrados seus antepassados.
João
Pires (1609-?) nasceu e morreu em São Torcato, assim como sua esposa Catarina
Pires (1575-?). Também não foram encontrados os antepassados deste casal.
A
obtenção de tais dados, tão aprofundados, da genealogia de Pedro José de
Oliveira e Silva, só foi possível graças à pesquisa da historiadora Avelina
Maria Noronha de Almeida, de Conselheiro Lafaiete, e divulgados em seu blog na
internet (http://avelinagenguimaresgmailblogs.blogspot.com.br/).
Ela é uma descendente de Jerônimo da Costa Guimarães, o pai do Capitão Amaro,
de Páschoa (ancestral de Pedro José) e dos demais irmãos colonizadores da
região do Alto São Francisco, que, como vimos, emigrou de Portugal para Queluz,
atual Conselheiro Lafaiete. Como vocês podem constatar, chegamos a 9 gerações
de antepassados de Pedro José de Oliveira e Silva, missão que, até há bem pouco
tempo, considerávamos muito difícil de ser conseguida. Os interessados podem
acessar o blog da historiadora Avelina, que é deveras interessante e instrutivo,
além de ser uma mostra perfeita do que é capaz de produzir uma pesquisa
sistemática e paciente. A autora se baseou, principalmente, no site de
genealogia norte-americano, cujo link é o seguinte:
http://www.familysearch.org/.
http://www.familysearch.org/.
Já
que escrevi tanto sobre a localidade de São Torcato, da freguesia de
Guimarães, arcebispado de Braga, Portugal, vejamos quem foi São Torcato. Ele é
um santo português, nascido em Guimarães, tendo vivido entre os séculos VII e
VIII. Foi descendente de família nobre romana, os Torquatus. Desde sua
juventude se mostrou um homem pio e virtuoso. Em decorrência da sua sabedoria, que
o levava à firmeza e à eloquência na defesa de sua doutrina, ele deu motivação
à realização do XVI Concílio de Toledo, em 693, quando foi aclamado arcebispo
de Braga e, em seguida, do Porto e de Dume. Nesta época, a Península Ibérica
vivia sob o reinado visigodo, que se iniciara desde a queda do Império Romano,
no IV século d.C.
Em 711, os mouros muçulmanos invadiram a Península Ibérica e, em menos de dois
anos, haviam dominado quase todo o território, à exceção do norte, próximo aos
Pireneus, a Galícia e o norte do atual Portugal. O chefe mouro Tarik enviou seu
general Muça para conquistar toda esta região e espalhar o credo muçulmano por
todo lado. Entretanto, encontrou a obstinada resistência do arcebispo, disposto
a lutar pela sua crença e impedir que seus fiéis abandonassem o Cristianismo. O
encontro entre os dois líderes, os muçulmanos com um poderoso exército, e os
cristãos contando apenas com 276 combatentes, se deu em Guimarães.
Torcato
fez um discurso com tal veemência que Muça, possuído pelo ódio, desembainhou a
espada e desferiu um golpe fatal sobre o arcebispo. Em seguida, todos os seus companheiros
foram massacrados. De acordo com a lenda, isso ocorreu em 26 de fevereiro de
715 ou 719. Segundo a tradição, o corpo de Torcato foi, posteriormente,
encontrado intacto, sem sinais de decomposição, em um bosque, entre flores do
campo e sob um monte de pedras. Ao ser exumado, brotou uma fonte de água caudalosa,
que se mantém até hoje e é chamada de Fonte de São Torcato.
Quando
seu corpo foi descoberto, as pessoas não sabiam quem era. Um dos homens que
participou do evento deu uma sacolada no rosto do santo, cuja marca persistiu,
quando ouviu-se uma voz: “Cuidado, que está aqui Torcato”. Como não houvesse
água para lavar o corpo, decidiram retirá-lo do local, e foi aí, neste momento,
que começou a brotar milagrosamente a água.
Altar onde está sepultado São Torcato, Guimarães. |
Neste
local foi erigida uma capelinha em sua honra. Seu corpo hoje se encontra
sepultado em uma câmara de vidro, no Santuário de São Torcato. Quando seu corpo
era transportado para a cidade por meio de uma junta de bois, a partir de
determinado local os animais não andaram mais, empacando. Isso levou os
moradores da região a erigir uma igreja neste local para que o corpo lá
permanecesse. Portugal sempre foi um país de uma forte fé católica e São
Torcato é um dos principais santos da terra lusitana. Tal relato nos é transmitido
pela historiadora Avelina Maria Noronha de Almeida, em seu blog.
Matriz de Bom Jesus de Braga, arcebispado de Braga, Portugal. |
Voltando,
novamente, ao tema dos descendentes de Páschoa Maria de Jesus, também vimos
que, nas pesquisas de Iácones Batista Vargas, Custódia teve duas filhas: Teodora
Cândida de São José, casada com Felisberto Moreira da Silva, natural de Curral
del Rey, e Eufrásia Silvéria de São José, casada com João Ignácio de Oliveira
Braga, natural de Queluz. João Ignácio
era filho do capitão Manoel José Braga, natural de Oliveira de Azeméis, Distrito do Porto e Arcebispado de Braga, Portugal. Segundo Iácones, dele descendem os Carvalho, os
Couto (de Luz, MG) e os Tonaco. O capitão era casado com Ana Thereza de Jesus,
natural da Ilha do Fayal, Arquipélago dos Açores, Portugal.
Oliveira de Azeméis, Distrito do Porto, Portugal. Igreja Matriz. |
Matriz de Oliveira de Azeméis, Distrito do Porto, Portugal. |
Oliveira de Azeméis, Distrito do Porto, Portugal. Centro histório. |
Eufrásia
Silvéria de São José teria inspirado o nome com o qual foi batizada a Mata da
Eufrásia, no atual município de Estrela do Indaiá, então pertencente a Dores do
Indaiá. Ela e seu esposo João Ignácio de Oliveira Braga tiveram uma filha,
Clara Cândida de São José, que se casou com seu primo em primeiro grau,
Bernardo José da Silva (falecido em 1871), filho de Teodora Cândida de São José,
irmã de Eufrásia, e Felisberto Moreira da Silva.
Clara
e Bernardo tiveram cinco filhos: Pedro José de Oliveira e Silva (1857-1938), nosso biografado;
Eufrásia Cândida de São José, nascida em 1860, casada com Virgílio da Costa
Gontijo; Theodora Cândida de São José, nascida em 1863, casada com João Ignácio
da Silva Tonaco; João Ignácio de Oliveira (e Silva), nascido em 1866, casado
com Maria Firmina do Carmo; José Ignácio de Oliveira e Silva, nascido em 1869.
Pedro
José, filho mais velho de Bernardo e Clara, perdeu o pai com 14 anos, em 1871.
Provavelmente ajudou sua mãe a criar seus quatro irmãos. O resultado foi uma
grande, bela, conceituada e honrada família. Todos eles tornaram-se pessoas do
bem.
Não
existem dados quanto à juventude de Pedro José. Como nasceu e foi criado em
fazenda, muito provavelmente começou a fazer pequenos negócios com gado e foi
economizando seu dinheirinho. Conheceu Anna Theodora de Mendonça (Dona) ainda
jovem. Ela era filha de um dos mais conceituados personagens da história de Dores do Indaiá, na segunda metade do século XIX, João Joaquim da Cunha, e, como de hábito em toda a região, o casamento ocorria com pouco
conhecimento entre os nubentes. Geralmente o pai do jovem interessado procurava
o pai da moça e propunha a união sagrada. Caso não houvesse maiores empecilhos,
a efeméride ocorria em idade muito precoce. A mulher em torno dos 13 para 14
anos, no máximo 20. O homem na faixa de seus vinte e poucos anos.
Como assinalei acima, Anna
Theodora era filha de João Joaquim da Cunha e Maria José Carolina de Moura. De
acordo com Carlos Cunha Corrêa, sobrinho de Anna, irmã de sua mãe Maria
Theodora de Mendonça (Mindola), Maria José Carolina de Moura era filha de
holandês. O Sr. Iácones Vargas encontrou referências cartoriais, em Dores do
Indaiá, de que seu pai chamava-se Felício “Gonçalves dos” Reys e sua mãe
Bernarda Maria da Silva. Seu testamento foi lavrado na Vila de Dores do Indaiá,
em 22 de fevereiro de 1884. Se a informação de Carlos Cunha Corrêa estiver
correta, o nome do pai de Maria José teria sido, provavelmente, modificado,
talvez propositalmente, já que sua origem seria holandesa. Pergunta ainda sem
resposta: seria um judeu batavo ou flamengo que veio para a região do Alto São
Francisco em busca dos diamantes dos rios Indaiá e Abaeté? São especulações que
requerem maiores investigações.
João
Joaquim da Cunha era descendente de Antônio Theodoro de Mendonça (Nico Teodoro), homem
muito conhecido e respeitado em toda a região. Segundo o prof. Waldemar de
Almeida Barbosa, em sua obra Dores do
Indaiá do Passado (p. 27), de 1964, Antônio Theodoro de Mendonça foi o
vereador mais votado nas primeiras eleições para a Câmara Municipal, em 1885,
quando a vila tornou-se cidade de Dores do Indaiá. Recebeu 691 votos. Era
natural de Pitangui, mas residia nas proximidades da atual cidade de Abaeté,
tendo sido o doador do patrimônio desta cidade. Na verdade, ele doou terras que
pertenciam a seu irmão menor, Teodoro Janeiro de Mendonça, com a condição de que
este, quando atingisse a maioridade, deveria passar a escritura de doação. Nico
Teodoro era filho de português, o capitão Antônio Theodoro de Mendonça, seu
homônimo, e de funesta memória, em função de ter sido um dos dizimeiros da
Província de Minas Gerais (coletor dos dízimos para o governo provincial, que
repassava uma pequena parte para a manutenção da Igreja). Este capitão Antônio
Theodoro de Mendonça, homem bravo, cruel e temido, foi assassinado na fazenda
do Tigre, atual cidade de Abaeté, em 1835, quando acabara de expropriar a
fazenda de um ex-militar, sua esposa e três filhos, que deviam os dízimos. Esses fatos estão muito bem relatados no livro História de Abaeté - Temperada com um pouco de sal e pimenta, de autoria do Dr. José Alves de Oliveira (Belo Horizonte, Imprensa Oficial, 1970, pp. 83-98).
Nico
Teodoro deixou filhos ilustres, entre eles o dr. Domingos Theodoro de Mendonça,
que foi juiz de direito em Pitangui.
João
Joaquim da Cunha e Maria José Carolina de Moura tiveram 11 filhos: Jerônimo, Antônio Boaventura, Modesto, Pedro, Hornélia,
Bernarda, Maria Theodora (Mindola), Carlota, Lidroneta, Anna (Dona) e Amador. Por
razões desconhecidas, em seu testamento, Maria José Carolina de Moura legou a
fazenda do Capão Grande, na margem do Ribeirão dos Porcos a apenas cinco
filhos: Maria Theodora (Mindola), casada com Luiz Corrêa de Souza, meus bisavós
paternos; Lidroneta, casada com Carlos Theodoro da Costa; Modesto Joaquim da
Cunha, Pedro Theodoro de Mendonça e Amador Theodoro de Mendonça. O herdeiro remanescente
foi seu marido João Joaquim da Cunha. O fato de Maria José possuir uma fazenda
desse porte reforça nossa impressão de que ela herdara um patrimônio construído
por seus pais em alguma atividade paralela à agropecuária.
Um dos filhos de João Joaquim da Cunha e Maria José Carolina de Moura foi Modesto Joaquim da Cunha, casado com Clara Theodora Mendonça Cunha. Este casal, Modesto e Clara, teve vários filhos. Um deles foi Aurora Theodora de Mendonça, casada com Francisco Pinto de Oliveira (Chico Italiano), natural de San Giovanni, uma aldeia localizada próximo a Nápoles, Itália. Ambos deram origem às grandes linhagens dos Teles, Carvalho e Oliveira (esta não é a mesma linhagem de Pedro José), de Dores do Indaiá. Uma das filhas de Chico Italiano e Aurora Theodora de Mendonça foi Clarinda Theodora de Oliveira, casada com Belmiro Teles de Carvalho, que deixou grande descendência em Dores do Indaiá. Outro filho de Modesto Joaquim da Cunha foi Francisco Agnelo (Chico Agnelo), patriarca de grande descendência em Dores do Indaiá.
Peças de porcelana que pertenceram a Maria José Carolina de Moura, esposa de João Joaquim da Cunha. Acervo de Selma Corrêa de Queiróz, sua bisneta, residente em Dores do Indaiá. |
Um dos filhos de João Joaquim da Cunha e Maria José Carolina de Moura foi Modesto Joaquim da Cunha, casado com Clara Theodora Mendonça Cunha. Este casal, Modesto e Clara, teve vários filhos. Um deles foi Aurora Theodora de Mendonça, casada com Francisco Pinto de Oliveira (Chico Italiano), natural de San Giovanni, uma aldeia localizada próximo a Nápoles, Itália. Ambos deram origem às grandes linhagens dos Teles, Carvalho e Oliveira (esta não é a mesma linhagem de Pedro José), de Dores do Indaiá. Uma das filhas de Chico Italiano e Aurora Theodora de Mendonça foi Clarinda Theodora de Oliveira, casada com Belmiro Teles de Carvalho, que deixou grande descendência em Dores do Indaiá. Outro filho de Modesto Joaquim da Cunha foi Francisco Agnelo (Chico Agnelo), patriarca de grande descendência em Dores do Indaiá.
Não
conseguimos descobrir a data do casamento de Pedro José de Oliveira e Silva com Anna Theodora de Mendonça (Dona), mas certamente
ocorreu na cidade de Dores do Indaiá. O casal teve oito filhos, a saber:
1- João Ignácio da Silva (1891-1957), casado
com Amazília Maria de Oliveira (1895-1969), sua prima em primeiro grau, meus
avós maternos;
2- Clara Cândida de São José (Mundinha), casada
com José Lopes de Oliveira;
3- José Ignácio de Oliveira (Zé da Carlota),
casado com Carlota de Oliveira;
4-
Otaviano de Oliveira, solteiro;
5-
Carlos de Oliveira Santos, casado com Maria
Aleluia Teles de Carvalho;
6-
Maria José de Oliveira (Cota), casada com
Simeão José de Oliveira;
7-
Zita de Oliveira, casada com Custódio de
Oliveira;
8-
Aurora de Oliveira, casada com Luiz Ribeiro
Corrêa.
João Ignácio da Silva (1891-1957). Filho primogênito de Pedro José. Avô materno do autor. |
Amazília Maria de Oliveira (1895-1969). Esposa de João Ignácio, seu primo em primeiro grau (filha de João Ignácio de Oliveira e Silva). Avó materna do autor. |
São os seguintes os demais irmãos de
Pedro José de Oliveira e Silva e seus filhos (dados fornecidos pelo Sr. Iácones
Batista Vargas):
Eufrásia
Cândida de São José (com 11 anos em 1871), casada com Virgílio da Costa Gontijo
(primos, ele filho de Pedro da Costa Gontijo e Clara Petronilha de São José,
irmã de Bernardo José da Silva). São os pais de:
1. Marcondes da Costa Gontijo.
2. Eloy da Costa Gontijo.
3. Veraldina da Costa Gontijo (de Faria,
“Mulatinha”), casada com
Marcondes de Souza Faria.
4. Alzimira Maria da Conceição.
Theodora Cândida de São José (com 8 anos
em 1871). Primeira esposa de seu primo João Ignácio da Silva Tonaco (filho de
Antônio Theodoro da Silva Tonaco e Custódia Luiza de Santana , sendo ela irmã
de Clara Cândida de São José, filhas de João Ignácio de Oliveira Braga e
Eufrásia Silvéria de São José). Tiveram quatro filhos:
1. Frederico Tonaco Sobrinho. Mudou-se
para Uberaba-MG
2. Cristina, casada com Dâmaso, avós de
Dona Branca.
3. Clara, casada com seu primo Epaminondas
Tonaco.
4. Maria Teodora, casada com Irineu, irmão
de Dâmaso, pais de Rosa, casada com Joaquim Venâncio, pais de Selma, esposa do
médico Dr. João Dário Ribeiro.
João Ignácio de Oliveira (ou João Ignácio
de Oliveira e Silva, com 5 anos em 1871), casado com Maria Firmina do Carmo.
Pais de:
1. Paulino José de Oliveira e Silva,
casado com Joaquina Maria de Morais
2. José de Oliveira e Silva (“José
Inácio”), casado com Julieta Maria da Fonseca. Pais de Pedrinho Inácio, João
Inácio, Zico Inácio.
3. Amazília Maria de Oliveira, casada com
João Ignácio da Silva (seu primo, filho de Pedro José), minha avó materna.
4. Maria de Oliveira (“Mariquinha”),
casada com Marcondes da Costa Gontijo.
5. Alzira de Oliveira, casada com Victo
Ferreira Coelho.
6. Paulo de Oliveira. Faleceu solteiro,
estudante de Medicina.
7. Auta de Oliveira, casada com Mário
Martins.
8. João Inácio de Oliveira (“Joãozinho”,
filho póstumo), casado com Geralda Morais de Oliveira.
9. José Ignácio de Oliveira e Silva (com 2
anos e meio em 1871).
Paulo de Oliveira, falecido aos 21 anos, em Ouro Preto, de mal súbito, quando calçava os sapatos pela manhã, sentado em sua cama, em república de estudantes. Foto do acervo de Cecy de Oliveira. |
Pedro
José foi construindo seu patrimônio aos poucos. Com o tempo adquiriu a fazenda
das Condutas, a poucos quilômetros da cidade de Dores do Indaiá. Esta fazenda
fazia parte da antiga sesmaria de Manoel Corrêa de Souza, o Correinha, que
formou a fazenda dos Patos. Com a morte do Correinha, em 1836, seu filho e
testamenteiro, João Corrêa de Souza, teve de vender parte da propriedade para quitar
dívidas que o pai contraíra para ajudar na construção da Matriz de São Sebastião, na vila. Não encontramos, ainda, os dados sobre a data em que foi formada a
fazenda das Condutas, desmembrada da velha fazenda dos Patos.
Na
fazenda das Condutas, Pedro José criou grande parte de sua família, incluindo os
netos. Era um homem corretíssimo em seus negócios. Não gostava de ficar devendo
a ninguém, honrando seus compromissos geralmente antes das datas de seus
vencimentos. A progenitora do autor, Maria de Oliveira, filha de João Ignácio da Silva, seu
filho mais velho, nasceu nesta propriedade e ali foi criada, bem como muitos de
seus irmãos e primos. Apesar de ser um homem com problemas cardíacos, o que
sempre o fragilizou para as atividades agropecuárias, lutou bravamente para se
manter saudável, na medida do possível, seguindo os tratamentos médicos
recomendados, a fim de honrar seus compromissos e criar sua prole. Sempre que
alguém solicitava sua ajuda, o fazia prontamente. Até emprestava dinheiro para
aqueles amigos mais necessitados, em momentos de aperto, sempre a juros abaixo
do mercado. Nunca foi seu objetivo prejudicar alguém ou ter lucro com as
dificuldades de quem quer que seja. Não se tem notícia de algum conflito de
terras em que tenha se envolvido. Recebia os vizinhos e as pessoas que vinham
para negociar gado de forma extremamente cortês, em sua fazenda.
Por
volta de 1930 (ainda não obtive a data precisa), Pedro José, já cansado de
tanta labuta, vendeu a propriedade para seu filho mais velho João Ignácio da
Silva, avô materno do autor, com a concordância dos demais filhos. Ainda não consegui descobrir os termos da negociação. Assim, Pedro José e Dona mudaram-se para
Dores do Indaiá, onde já possuíam um casarão bem próximo à Escola Normal
Oficial Francisco Campos, defronte à atual Praça prof. Waldemar de Almeida
Barbosa. Era uma casa enorme, com muitos quartos. Com o casal, também se
mudaram vários netos, inclusive Maria de Oliveira, como já citado, progenitora do autor. Ele fazia questão de que seus netos e netas estudassem e se desenvolvessem na vida. Dentre os seus
netos que com eles moraram e estudaram, podemos citar, além de Maria de Oliveira, os
seguintes irmãos: Mario de Oliveira, Leny de Oliveira e Dirce de Oliveira; e os
primos Cecy de Oliveira, Maria Alice de Oliveira, Lucy de Oliveira, Clara de
Oliveira, Evandro de Oliveira, José de Oliveira Carvalho (futuramente tornou-se um dos
professores mais respeitados da cidade), Pedro Teles de Oliveira (conhecido
como Pedico, futuro farmacêutico e professor), e muitos mais que, para não cansar o leitor, não vou aqui enumerar.
Relata Evandro de Oliveira, que conviveu com todos nesta casa, que Maria de Oliveira, mãe do autor, sendo a mais velha de todos os jovens estudantes, era uma espécie de “gerente”: administrava o rebuliço de jovens estudantes e punha ordem na casa. Sempre usando da persuasão amiga, mas com autoridade. Todos a respeitavam muitíssimo. Esta “gerência” perdurou até 1937, quando ela se graduou na Escola Normal Francisco Campos, casando-se com nosso pai, Dilermando Corrêa de Souza, logo em seguida.
Detalhe da fotografia anterior, ampliada. Maria de Oliveira e Cecy de Oliveira, sentadas na mesma carteira, atrás da colega de branco que está à frente da foto. Foto do acervo de Maria de Oliveira. |
Relata Evandro de Oliveira, que conviveu com todos nesta casa, que Maria de Oliveira, mãe do autor, sendo a mais velha de todos os jovens estudantes, era uma espécie de “gerente”: administrava o rebuliço de jovens estudantes e punha ordem na casa. Sempre usando da persuasão amiga, mas com autoridade. Todos a respeitavam muitíssimo. Esta “gerência” perdurou até 1937, quando ela se graduou na Escola Normal Francisco Campos, casando-se com nosso pai, Dilermando Corrêa de Souza, logo em seguida.
Era
a década de 1930 e a Escola Normal vivia seu apogeu. Havia professores de
várias partes do Brasil e até um de origem alemã, o prof. Schmidt, que montara
ali laboratórios de química, física e biologia. Pedro José e Dona, por viver numa
casa tão grande, reservaram um quarto para aluguel a três professoras da
Escola. Eram do Rio de Janeiro, as irmãs Iracema, Jacira e Juracy Duffles
Teixeira Lott, irmãs do futuro Marechal Henrique Duffles Teixeira Lott,
importante personagem de nossa era republicana, após o suicídio do presidente
Getúlio Vargas, em 1954. A casa era uma referência na cidade. Todos a conheciam
pelo respeito e honradez infundidos pelo seu proprietário.
Eram
famosas as cadernetas de armazém do Pedro José. Faziam-se as compras fiado, durante
o mês, e, ao final do mesmo, era certo que seriam pagas antes de seu
vencimento. Eram em número de três ou quatro cadernetas.
Era
procurado para conselhos os mais variados e pelas mais variadas pessoas. Participava
de movimentos religiosos e sociais filantrópicos promovidos na cidade. Nunca se
soube de sua participação em movimentos de política partidária, nunca se
envolveu em politicagens, apesar de ter sido vereador na cidade no início da década de 1930. Tinha suas convicções políticas, mas as guardava para
si. Oferecia suas opiniões a quem lhe viesse pedi-las, sem nada impor, sem
doutrinações, sem partidarismos. Não era um oráculo, mas sua opinião recebia o
respeito de quem a ouvia. E, geralmente, pela sua sabedoria, equilíbrio e moderação,
suas ponderações acabavam por se revelar as melhores. Era um mestre na arte de
orientar na solução de conflitos.
Sua
casa era movimentada o dia todo. Sua cozinha não parava de funcionar. A
qualquer hora do dia em que chegasse alguém, e que não tivesse havia almoçado, delicadamente,
Pedro José solicitava às suas funcionárias que esquentassem a comida para
servir ao forasteiro. Sempre sobrava comida do almoço para as eventualidades,
que não eram eventuais, eram a regra. Da chaminé de sua cozinha estava sempre a
sair um rolinho de fumaça.
Pedro José sempre lutou por justiça social e era conhecido por sua honestidade pessoal, sua caridade e benemerência. Tratava os mendigos que chegavam
famintos à sua casa da mesma forma que os demais parentes e amigos. Não foram
poucas as vezes em que se testemunhou a presença de um mendigo almoçando nas
dependências de sua casa.
Dentre
suas funcionárias, duas se destacaram por serem consideradas como membros da
família: Tereza, a mãe, e Tôca, a filha. Ambas descendentes de antigos escravos
que moravam no bairro Cerrado, em Dores do Indaiá. Sobreviveram aos seus
patrões e foram personagens que o autor conheceu quando, ainda criança, viveu em Dores
do Indaiá.
Pedro
José tinha o hábito de, diariamente, ler o jornal Lar Católico, tal era sua devoção religiosa. Não perdia as missas
na Matriz, aos domingos, chovesse facas e canivetes. Pode-se imaginar a vida
febril no cotidiano da casa, com tanta gente aí morando, notadamente jovens,
entrando e saindo. Nunca se ouviu a voz de Pedro José ralhando com algum neto.
Em função de seus problemas cardíacos, era quase sagrado o respeito e o
silêncio mantidos dentro da residência. Frequentava ele os consultórios de seus
médicos regularmente, seguindo fielmente suas prescrições. Era hipertenso e
cardiopata, como dissemos.
Em
meados de setembro de 1938, Pedro José foi acometido de um acidente vascular
cerebral (AVC), mantendo-se em estado torporoso por quinze dias. Quinze dias de
sofrimento para ele e para os seus. Segundo Evandro de Oliveira, que presenciou
o acontecimento, faleceu Pedro José às 20 horas do dia 30 de setembro de 1938.
Baixou um silêncio, como um véu, sobre a casa e a cidade.
Meu pai, Dilermando Corrêa de Souza, já casado com Maria de Oliveira, há quase um ano, era
proprietário de um bar e sorveteria, do outro lado da praça, na esquina da Rua
Goiás com Rua 15 (atual Av. Francisco Campos), em sociedade com seu irmão Omar
Corrêa e seu cunhado Mário de Oliveira. Chamava-se Sorveteria Polar. Poucos
anos depois (ele já havia vendido o negócio), tornou-se regionalmente
conhecido como Bar do Zebuzeiro
quando, em plena euforia da criação e comercialização do gado da raça zebu, ouvia-se
o espoucar de garrafas de champagne por ocasião do fechamento de um grande
negócio. Foram anos de “Paris é uma festa”,
como magistralmente descrito por Ernest Hemingway, na Paris dos loucos anos 20.
Isto em Dores do Indaiá, mantendo-se as suas devidas proporções. Em pleno
sertão do Campo Grande. Pois bem, imediatamente após o último suspiro de Pedro
José, Evandro correu para avisar Dilermando do ocorrido. Silenciosamente, as
portas de aço do estabelecimento foram fechadas e todos se dirigiram à
residência do defunto. Luto na cidade, luto em todas as casas. Sua morte causou
verdadeira comoção, como geralmente ocorrem com grandes personalidades da
política, das letras ou das artes. Seu sepultamento, pelo grande número de
pessoas presentes, revelou o quanto era querido e respeitado por seus
concidadãos.
A
herança que legou para seus descendentes não foi material, seus bens não eram
muitos, foi o exemplo de probidade.
Anna
Theodora de Mendonça sobreviveu-lhe por menos de um ano. Em 29 de junho de 1939
juntou-se ao seu companheiro de toda uma vida em sua morada eterna.
Um
exemplo de vida, um modelo de cidadão! Desses que não se fazem mais!
* * *
Posfácio
Ao
encerrar a biografia deste grande homem que deve servir de exemplo para as
gerações atuais e futuras, não poderia deixar de fazer alguns comentários sobre
seu legado. A influência de Pedro José de Oliveira e Silva sobre sua descendência
foi de tal ordem que, quase sem exceções, a família Oliveira, de certa forma, seguiu-lhe
os passos. Quase todos os seus descendentes, que hoje chegam à 6ª. ou 7ª.
geração, se revelaram pessoas do bem. São inúmeros os exemplos de figuras desta
família que se destacaram e se destacam como pessoas de grande probidade, escrupulosidade,
civismo, de grande honestidade no trabalho, além de bons pais de família, bons esposos e filhos,
cumpridores de suas obrigações para com suas comunidades, das quais participam
em inúmeras atividades beneficentes. São empresários, ruralistas, artistas,
profissionais liberais, professores, funcionários públicos, intelectuais, trabalhadores
autônomos, etc. Quase todos são exemplos para suas respectivas comunidades e são
respeitados por elas. Não gostaria de citar aqui este ou aquele nome para não
ser injusto com os não citados, por lapsos de memória. Os Oliveira não se
destacam pela ânsia do poder, do luxo, da riqueza, da glória. Pelo contrário,
na maioria, são pessoas simples, não diria humildes, pois são briosos de seus
direitos e orgulhosos do berço no qual nasceram. São, isto sim, pessoas
comedidas, discretas, ponderadas, que não amam os holofotes da publicidade ou a
fama mundana. São atitudes de sabedoria, seguramente herdadas de Pedro José de
Oliveira e Silva. Não conheço, na história das famílias que tenho estudado, um
exemplo como esse, de sobriedade e respeitabilidade, impressa em
seus membros desde o momento de seu nascimento. É como se fosse uma marca d’água
que vem impressa na testa do bebê, ao nascer, e o acompanha por toda sua
existência. É admirável, e não quero aqui fazer qualquer auto-apologia, por ser membro desta grande família, encontrar linhagens como estas. A discrição é
o mais evidente sinal de sabedoria que os Oliveira cultivam, desde quando nascem
até o dia em que se vão deste vale de lágrimas.
Encerrando,
quero escrever algumas palavras sobre minha mãe, Maria de Oliveira Corrêa
(1913-1950), aquela que talvez tenha melhor encarnado o espírito do bem,
infundido por seu avô Pedro José de Oliveira e Silva. Maria nasceu na fazenda
das Condutas, de seu avô, como ademais alguns de seus tios e vários de seus
irmãos e primos. Estudou as primeiras letras na fazenda com professores
itinerantes que tinham essa nobre missão. Quando chegou a idade de continuar os
estudos, já de segundo grau, Pedro José vendeu a fazenda para meu avô, João
Ignácio da Silva, pai de Maria. Mas, Pedro José fez questão de levar a neta
querida para sua casa em Dores do Indaiá com quem viveu até ela se casar. João Ignácio, era um homem por demais simples, preso a princípios do
século XIX, e assaz teimoso, tanto que não permitiu que algumas de suas filhas
estudassem, partindo do velho e ancestral princípio de que mulher aprende as
prendas domésticas em casa, para o matrimônio, que ocorria quando eram muito
jovens. Pedro José fez questão de levar Maria consigo, pois a amava e percebia
nela o talento para aprender, estudar e crescer intelectualmente, além de ter
excepcionais dotes artísticos. Também percebeu nela o sentido da liderança
positiva e educativa. Assim, deu a ela a incumbência de coordenar toda a vida
pessoal e estudantil dos outros netos que vieram morar em sua casa da cidade
para que pudessem receber educação mais esmerada nas boas escolas da cidade de
Dores do Indaiá. A Escola Normal Oficial Francisco Campos havia sido inaugurada
em 1928 e Maria logo foi nela matriculada, por volta de 1930/31. João Ignácio não teve como se contrapor à decisão de seu pai, um monumento à sabedoria.
Assim, Maria tornou-se, como relatei anteriormente, a “gerente” de toda a
mocidade esfuziante representada por seus irmãos e primos que circulavam ou
moravam na casa de Pedro José e Dona. Foram anos inesquecíveis para quem ali
viveu, como o atestam os inúmeros depoimentos que ouvi durante toda a minha vida, e ainda ouço, pois várias das testemunhas insuspeitas estão vivas e
lúcidas. Maria passou a ser respeitada, assim como Pedro José o era, nas suas
devidas proporções, mesmo pela idade. Também ela se tornaria uma referência
como pessoa do bem, e destacou-se pela sua candura, meiguice, solidariedade
para com todos, dedicação aos estudos e à família, infundindo respeito e alegria
por onde passava. Pedro José tornou-se o alter
ego de Maria. Ela foi a encarnação do bem, a maior herança de seu avô.
Herança que ela soube transmitir a todos os seus, aos amigos, conhecidos e a quem
quer que seja que a conhecesse.
Maria de Oliveira (1913-1950). |
Maria
de Oliveira casou-se com seu primo em segundo grau, Dilermando Corrêa de Souza,
em 18 de dezembro de 1937, data do aniversário dele. Deixou a casa de Pedro
José para se casar e residir com Dilermando em uma casa próxima. Até o trabalho
de Dilermando, o já citado Bar e Sorveteria Polar, se localizava defronte à casa
de Pedro José e Dona. Era uma evidente manifestação de que os vínculos não
haviam sido rompidos, muito pelo contrário, ambos queriam e amavam estar bem
próximos aos avós tão queridos. Posso imaginar a emoção e o sentimento de perda
que Maria teve quando do passamento de seu tão querido avô Pedro José. Tenho certeza que foi um evento arrasador
para ela.
Maria de Oliveira e Dilermando Corrêa de Souza. Foto oficial de seu casamento, em 18 de dezembro de 1937, Dores do Indaiá. |
Reza
o dito popular que as pessoas boas não vivem muito. Assim foi com Maria de
Oliveira. Da mesma forma como seu avô, era portadora de problemas cardíacos desde
jovem. As causas não foram bem determinadas, talvez a doença de Chagas, então
endêmica na região. Ou o fator heredo-constitucional, já que os casos de
cardiopatias e hipertensão na família Oliveira são inúmeros. Em seu primeiro
parto, em 1942, quase havia perdido a vida em decorrência de uma flebite que a prostrou no
leito por seis meses, em Dores do Indaiá. Quando de meu nascimento, Dilermando e Maria moravam em Barretos, São Paulo. Os médicos recomendaram a eles que ela fosse
assistida num grande centro médico-hospitalar. Assim, meu pai a levou para São
Paulo, onde na Maternidade São Paulo, unidade da Universidade de São Paulo, em
Bela Vista (Bexiga), cheguei ao mundo, em 1944.
Maria
sobreviveu ainda por seis anos. Teve seu terceiro filho (o primeiro veio a falecer
menos de 24 horas após nascido), meu irmão Dilermando Corrêa Filho, em Luz,
Minas Gerais, para onde meus pais haviam se mudado em fins de 1948, para que
pudesse ser melhor assistida pelo seu médico de confiança, Dr. Tácito
Guimarães. Em 1950, não suportando mais seu sofrimento atroz, provocado pela
insuficiência cardíaca, veio a falência múltipla de órgãos. Faleceu às 10,30 horas de 12 de
agosto de 1950. Foi sepultada em Dores do Indaiá, no jazigo da família
Oliveira, onde repousavam seus queridos avós Pedro José e Dona. Continuam
juntos até hoje, onde quer que estejam.
Quando criança, aprendi que na constelação de Orion havia três estrelas: as três
Marias. Em meu imaginário infantil acreditava que eram minha mãe e meus bisavós,
Pedro José e Dona, a olhar por nós.
Continuo ainda hoje a acreditar. E sei que
olham por todos nós de nossa família!
* * *
Serei eternamente grato pela
contribuição na elaboração deste texto aos primos Evandro de Oliveira e Clara
de Oliveira, e Tia Dirce de Oliveira Bernardes.
* * *
Para quem desejar saber
mais sobre o que foi apresentado nesta postagem, sugiro acessar os links
abaixo.
Quem desejar conhecer a
história de Portugal este é o melhor link da internet: a História Essencial de Portugal, apresentada pelo grande e falecido
prof. José Hermano Saraiva:
Aqui, a história da
formação do reino de Portugal, de condado ao reino. História de D. Afonso
Henriques (D. Afonso I), o fundador do reino português:
Excelente blog
sobre Portugal e suas belezas:
Documentário
sobre Oliveira de Azeméis:
Documentário sobre
o Castelo de Guimarães: